Depois de dois adiamentos por atrasos na montagem e inúmeras reclamações nas redes sociais, a exposição imersiva "Monet à Beira d’Água" chega agora à sua terceira data de abertura. A mostra deve abrir as portas ao público em 1° de novembro, segundo organização.
A instalação instagramável, formada por projeções de quadros do pintor francês, tinha inauguração marcada inicialmente para 21 de outubro no parque Villa-Lobos, na semana passada. Mas a programação passou por mudanças na data de abertura que deixaram quem comprou ingressos perdido, sem saber quando poderia, enfim, ver a mostra.
O primeiro adiamento ocorreu em 20 de outubro, na véspera do dia previsto para a inauguração. Naquela data, a produção afirmou no fim da tarde que a abertura seria atrasada em um dia, passando a ter início no sábado, 22 de outubro. Segundo a empresa responsável pela exposição, as chuvas em São Paulo teriam atrasado a chegada de equipamentos e o processo de montagem.
Visitantes que foram ao local no sábado, na nova data de abertura, contudo, encontraram as portas fechadas. No local, seguranças que não sabiam informar se o espaço seria aberto. Tatiane Bom Fim, que comprou bilhetes para o dia 22, conta que ficou sabendo do primeiro adiamento e entrou em contato com a plataforma Fever e com a organização para tentar remarcar a visita, mas não conseguiu. A organização afirmou que essa opção só estaria disponível com até 72 horas de antecedência, já que a inauguração estava confirmada. Para não perder as entradas, a advogada de 28 anos foi ao parque.
"Imaginei que o sábado estaria muito cheio e desorganizado por causa das pessoas que compraram ingressos para a sexta e não puderam ir", disse ela. Com a confirmação da organização de que a exposição seria aberta normalmente, ela, a mãe e o sobrinho chegaram ao Villa-Lobos às 11h. Mas, na porta da tenda onde ocorreria a mostra, receberam a informação de que o evento seria adiado mais uma vez.
O cenário foi pior para quem chegou no primeiro horário de visitação, às 10h. Com informações desencontradas, os visitantes esperaram cerca de uma hora até receberem o aviso do novo adiamento —foi quando ficaram sabendo que não haveria uma nova data para a futura abertura.
Com a confirmação de que a mostra abirirá as portas em 1º de novembro, pessoas que compraram ingressos entre os dias 21 e 31 de outubro podem solicitar um voucher e remarcar a visita. O uso do cupom é feito na própria plataforma e garante a remarcação gratuita.
Outra opção, de acordo com a organização, é pedir o reembolso da compra. Bom Fim disse que não recebeu nenhuma mensagem da plataforma de venda de ingressos até o momento e que precisou correr atrás da empresa para pedir o reembolso.
Já Nadya Machado, que também comprou ingressos para o dia 22 de outubro, recebeu o contato da plataforma, mas não foi avisada das datas em que o reagendamento estaria disponível. A analista de comunicação de 32 anos diz que ainda não sabe se vai pedir o reembolso ou marcar um novo dia para conhecer a exposição. "Talvez eu cancele, deu uma desanimada."
Na semana passada, quando a mostra seria aberta, os projetores e o sistema de som tridimensional ainda não estavam instalados. A tenda de cerca de 4.000 m² já estava montada, mas o que podia ser visto dentro dela eram apenas bases de madeira onde as pinturas e animações seriam projetadas.
Os primeiros testes de funcionamento da parte técnica ainda não haviam ocorrido até a visita da reportagem, que foi ao parque por volta das 17h do dia 21 de outubro.
"Monet à Beira d'Água" conta com 285 obras do pintor impressionista francês, selecionadas para serem exibidas digitalmente e divididas em oito narrativas audiovisuais que buscam resumir a sua trajetória. Assim como em outras mostras imersivas, tudo é pensado para que o público aproveite o cenário para tirar fotos que viralizem nas redes sociais.
Leo Rea Lé, diretor-executivo da Mira, empresa responsável pela exposição, afirmou na visita que a Folha fez à mostra que, apesar do uso da tecnologia envolver todo o projeto e de o espaço não ter nenhum quadro de verdade, o digital não sobrepõe.
"Monet é para todo mundo, não é preciso ser conhecedor de arte para entender", disse o diretor.
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