Teatro Oficina monta peça de Flávio de Carvalho censurada na década de 30

Espetáculo 'O Bailado do Deus Morto' conta a vida e a morte de um deus entre os humanos

São Paulo

O Teatro Oficina Uzyna Uzona encena o espetáculo “O Bailado do Deus Morto”, de Flávio de Carvalho (1899-1973), escrito para a inauguração do teatro da Experiência, em 1933. 

Com elenco composto praticamente só por atores negros usando máscaras de alumínio, o autor narrava na primeira versão da peça —uma mistura de performance e espetáculo musical—  o início e o fim de um deus entre os humanos. O todo-poderoso morre depois de fazer sexo com uma mulher.

Não importou na época o fato de Carvalho ser um artista livre de tabus e moralismos religiosos. A obra foi interditada pela polícia pouco após a estreia, considerada subversiva. 

Desta vez, a encenação é dirigida por Marcelo Drummond, a partir do texto original, e inicia curta temporada nesta quarta-feira (15). A nova versão conta com 12 atores e músicos usando réplicas das máscaras criadas para a montagem inicial. A atriz Sylvia Prado está na pele da Mulher Deus, Rodrerick Himeos vive o Lamentador e Marcelo Dalourzi interpreta o Deus animal.

Em 2019, Drummond chegou a montar o espetáculo dentro de uma mostra dedicada a Carvalho, que acabou gerando este espetáculo, encenado pela primeira vez no Oficina. O espetáculo "Roda Viva" também está em cartaz, com apresentações todas as sextas, sábados e domingos.

Teat(r)o Oficina - R. Jaceguai, 520, Bela Vista, região central, tel. 3104-0678. 300 lugares. Qua. e qui.: 19h. Até 30/1. Ingr.: R$ 30. Moradores do Bixiga: R$ 15.

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