Foi aos 13 anos que Beth Goulart leu pela primeira vez "Perto do Coração Selvagem" e achou ali uma grande identificação com a autora, Clarice Lispector. "Eu era uma adolescente imaginativa, vivia muito mais o mundo interno, que só ela [Clarice] entendia", confessa a atriz. A admiração cresceu com o tempo e, há dois anos, Beth decidiu se debruçar sobre a vida da escritora e levá-la para os palcos --a peça fica até 20 de junho.
Assim, nasceu "Simplesmente Eu, Clarice Lispector", escrita e dirigida por Goulart, que recebeu o Prêmio Shell - RJ como melhor atriz por sua interpretação no espetáculo que está no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), no centro de São Paulo.
"Foram dois anos de muita leitura, usei minha intuição para selecionar os textos, trechos de entrevistas e cartas. Revi tudo com uma lente de aumento e tentei trazer para o palco uma sensação compartilhada da Clarice", conta a atriz.
Sozinha no palco, Goulart interpreta a autora e quatro de suas personagens: Joana, de "Perto do Coração Selvagem"; Ana, do conto "Amor"; Lóri, de "Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres"; e uma outra mulher sem nome, do conto "Perdoando Deus".
"É uma conversa com o público", explica Goulart. "Uma experiência só possível no teatro, com a plateia sentindo comigo."
Além de "Simplesmente Eu, Clarice Lispector", duas outras peças em cartaz na capital paulista também foram vencedoras do Prêmio Shell.
"In on It"
Enrique Diaz ficou com o prêmio de direção, e o ator Fernando Eiras levou o troféu de melhor ator. O espetáculo faz suas últimas apresentações na Faap, neste fim de semana, mas promete voltar em maio, ao teatro Eva Herz.
Informe-se sobre o local
"O Despertar da Primavera"
O espetáculo tinha o maior número de indicações, incluindo melhor ator para Rodrigo Pandolfo, direção para Charles Möeller, cenário e figurino. Mas só Paulo César Medeiros ficou com o troféu, pela iluminação do musical.
Informe-se sobre o local
19h20
Comentários
Ver todos os comentários