Amor, família, religião, política. Sem esses elementos, não se pode entender a cultura italiana –nem o cinema de Marco Bellocchio. Desde a sua estreia, o maior cineasta italiano vivo vem modulando esses temas em variações sempre originais.
"Belos Sonhos", seu longa mais recente, exibido no Festival de Cannes, filia-se a "O Sorriso de Minha Mãe" (2002) como uma investigação íntima da figura materna do protagonista, o garoto Massimo. No fim dos anos 1960, quando ele tem apenas nove anos, sua mãe morre em circunstâncias misteriosas. O padre tenta convencê-lo de que ela agora está no paraíso, mas a crença não é suficiente para lidar com a perda brutal. Ao longo dos anos, essa ausência vai moldar a vida do rapaz em todos os aspectos: o modo de lidar com o sexo, com a beleza (ele se torna fotógrafo) e com o amor. A culpa, motor da cultura cristã, terá papel fundamental na jornada.
Ao longo dos anos, Bellocchio soube ser mais ou menos experimental em seus filmes, mas a "mise-en-scène" ficou cada vez mais pessoal, como se ele expusesse sem pudores suas angústias diante da câmera.
Sessões: Dias 23, às 17h (Cinesesc); 24, às 22h (Espaço Itaú - Augusta 1); 27, às 19h15 (Espaço Itaú - Frei Caneca 3); e 30, às 21h15 (Caixa Belas Artes - sala 1)
Ingressos: Segundas, terças, quartas e quintas: R$ 18 (inteira) e R$ 9 (meia)
Sextas, sábados e domingos: R$ 22 (inteira) R$ 11 (meia); vendas pelo site Ingresso.com com antecedência de um a três dias da sessão. No dia da sessão os ingressos estarão à venda somente nas salas de cinema
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