Foi uma loucura, diz Pedro Neschling sobre escrever, dirigir e atuar no teatro

Quem vê Pedro Neschling atuando em "Como Nossos Pais" talvez nem saiba que ele também é o autor, o diretor e o responsável pela trilha sonora da peça. "Foi uma loucura o que acabei fazendo", diz o artista em relação a esse acúmulo de funções.

"Essa nunca foi minha ideia, mas esse projeto demorou um bocado a se concretizar, vários anos, e, nesse tempo, as coisas foram amadurecendo e acabei assumindo tantas responsabilidades."

Em cartaz no recém-inaugurado teatro do Sesi Vila Leopoldina (zona oeste de São Paulo), o espetáculo mostra como o relacionamento com os pais pode interferir de forma incisiva na vida futura dos filhos.


"Tinha muita vontade de levar ao palco esse questionamento", conta Neschling, que interpreta Luiz Eduardo, um rapaz que "projeta nos 'erros' do pai toda a culpa pelas suas falhas de caráter e se permite, por conta disso, tomar atitudes absurdas".

Ele divide o palco com Oscar Saraiva, Vitória Frate e Fabrício Santiago, cujos personagens têm, todos eles, conflitos relacionados à paternidade.

Saraiva, por exemplo, vive o dono de uma grande empresa que passa a maior parte do tempo longe do filho, papel de Neschling, que cria uma amargura por conta dessa ausência. Sua namorada, interpretada por Vitória, também revela a distância incômoda que mantém de seu pai, enquanto Santiago, que faz Rômulo, o filho da ex-empregada, se destaca ao mostrar como alguém pode tentar mudar completamente de vida ao saber que vai ser pai.

TENSÃO COM A ESTREIA

Neschling diz que a ansiedade e o nervosismo em relação a essa peça é muito maior, por toda responsabilidade. "Acho que só agora, um tempo depois da estreia, estou conseguindo relaxar mais e curtir a brincadeira", conta. "Até então estava bem tenso o tempo todo, me dividindo mentalmente entre tudo o que tinha que tomar conta."

E sobre a intenção do espetáculo, acha que faz com que o público repense suas relações? "Espero que sim! Temos tido um 'feedback' muito bacana. Várias pessoas já vieram falar conosco depois das sessões e agradecer, dizendo que ficaram muito tocadas pelo tema e que isso fez com que pensassem em suas próprias vidas. Isso me deixa muito feliz. Não há retorno melhor para uma peça como essa."

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