O escritor Miguel de Cervantes é trancafiado em um hospício. Lá, é acusado de ser idealista (e ele não nega as acusações). Para se defender e mostrar seu trabalho, ele decide encenar seu texto "Dom Quixote". É esse o enredo do musical "O Homem de la Mancha", dirigido por Miguel Falabella, que estreia neste sábado (13), no Teatro do Sesi, na av. Paulista. A entrada é grátis, mas é preciso reservar os ingressos pelo site do Sesi.
Com texto do norte-americano Dale Wasserman (1914-2008), a peça já foi encenada no Brasil nos anos 1970, quando foi estrelada por Paulo Autran e Bibi Ferreira. Essa versão de Falabella, no entanto, é diferente.
O diretor mesclou o roteiro de Wasserman com características do artista plástico Bispo do Rosário, considerado um gênio por alguns, e um louco por outros. Ele está presente na montagem no papel do Governador (Guilherme Sant'Anna), responsável por julgar Cervantes (interpretado por Cleto Baccic). Os figurinos –que têm detalhes em sucata– também remetem às obras do artista.
Devido à adaptação diferente, Falabella (também responsável pela versão em português) manteve a melodia das canções, mas alterou as letras.
A ideia do texto é uma boa sacada. Afinal, o Dom Quixote de Cervantes delirava: inventava romances e vivia brigando com moinhos de vento, imaginando que era um cavaleiro que vivia grandes aventuras. Nada mais lógico, portanto, que a peça seja encenada dentro de um hospício e, de quebra, tenha um elenco de loucos. Com o mesmo raciocínio, faz sentido que o Bispo do Rosário/Governador seja quem manda no hospital psiquiátrico.
O musical tem bom elenco. Além de Baccic (que esteve em "Mamma Mia!") e Sant'Anna, a peça é estrelada por Sara Sarres (de "O Fantasma da Ópera"), que interpreta a prostituta Adonza, alvo do amor de Dom Quixote (que insiste em chamá-la de Dulcineia). O ator Jorge Maia dá vida ao fiel Sancho, que tenta explicar porquê segue um homem louco ("Ah, mas é que eu gosto dele!", brada) e é responsável por arrancar boas risadas da plateia. O elenco ainda conta com Kiara Sasso, Ivan Parente e Fred Reuter.
A montagem fica em cartaz até 21/12.
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