A vida cultural e gastronômica do Copan ganhou novo fôlego nos últimos meses com a inauguração de lugares como a livraria Megafauna, o restaurante Cuia e o bar Paloma aos pés do edifício da região central da cidade. E o prédio, quem diria, ainda guarda muito espaço sob suas curvas para abrigar novos negócios.
Em setembro, os mineiros do Guaja aportam na vizinhança. Eles irão ocupar uma área de 2.200m² no mezanino do edifício, até então fechado para o público, com o que definem ser um café com coworking —e não o contrário, um coworking com café.
O local tem cafeteria, restaurante e bar para receber quem quiser ir lá para comer e usar o computador ou fazer reuniões. Mais ou menos como um endereço que disponibiliza wi-fi, mas em um ambiente dedicado ao trabalho.
"A gente começou a perceber que os momentos em que a gente entrava com comida e bebida eram os momentos nos quais as pessoas mais se conectavam", explica o arquiteto Lucas Durães sobre o que o levou a mudar a lógica do funcionamento do Guaja.
Criado por ele há nove anos em Belo Horizonte, o coworking já teve alguns modelos de funcionamento. A proposta para São Paulo é que a pessoa pague pelo tempo passado ali, em um valor que inclui o uso do espaço e as comidinhas. Depois, também dá para estender e ficar para a happy hour no bar do local —afinal, mais do que o café, nada como o álcool para facilitar as conexões sociais depois de um dia de trabalho.
O nome do chef que irá assinar os cardápios ainda não foi revelado. "Estratégias, você sabe", brinca Durães. Mas essa pessoa irá atuar junto à turma da Guaja e da consultoria de hospitalidade Favo na criação dos menus. O que dá para esperar é que tempero mineiro apareça nas receitas. "A gente é hospitalidade e mineiridade", diz.
E esta é apenas parte da operação, que ainda prevê espaço expositivo, loja, auditório, um pequeno palco, salas de reunião e toda uma área dedicada aos chamados residentes, gente que alugou um canto para trabalhar ali todos os dias.
O Guaja no Copan é a primeira empreitada do grupo fora da capital mineira, mas não é a única. Uma unidade em Salvador já está em desenvolvimento.
O acesso ao espaço no centro de São Paulo é feito por uma escada localizada na lateral do prédio ou por um elevador, de uso exclusivo daquele pavimento. "A gente vai dar preferência para as escadas, mas desconfiamos que o elevador vai ser bem disputado."
Prestes a entrar em reforma, o local ainda exibe carpete no chão, paredes brancas e uma planta careta que deixam no ar um fantasma do antigo locatário, a sede corporativa de uma loja de brinquedos. Com a chegada do Guaja, sai o clima de mofado de repartição e entra o moderninho de partilha.
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