Conjunto João Rubinato toca sucessos e novidades de Adoniran Barbosa no IMS

Grupo que garimpou inéditas do compositor faz show no dia do aniversário de SP

Fernando Silva
São Paulo

No aniversário de São Paulo, nesta sexta (25), quem for ao Instituto Moreira Salles poderá ouvir o Conjunto João Rubinato apresentar canções de Adoniran Barbosa (1910-1982).

Mas eles não vão tocar só os clássicos, como "Saudosa Maloca" e "Trem das Onze". Composições que o sambista deixou inéditas, feitas entre 1935 e 1970, também estarão no repertório.

Inéditas?, pode se perguntar o leitor. Pois é. Em uma pesquisa que durou oito anos, em livros, partituras, jornais e revistas, o grupo reuniu 12 obras esquecidas do artista nascido em Valinhos (SP). 

A história desse processo arqueológico começou em rodas de samba. "Um dia, eu apresentei  uma música dele e as pessoas vieram perguntar 'nossa, essa é sua?'. Então, percebi que todo mundo amava o Adoniran, mas conhecia muito pouco da obra dele", relembra Tomás Bastian, 39, idealizador do projeto. "Resolvi juntar uma turma para buscar o material desconhecido e assim surgiu o conjunto, em 2009."   

Conjunto João Rubinato toca músicas de Adoniran Barbosa no IMS
Conjunto João Rubinato toca músicas de Adoniran Barbosa no IMS - Merylin Esposi/Divulgação

Entre as músicas que Bastian tocava naqueles encontros, em uma fase pré-grupo ainda, estavam "Quem Bate Sou Eu" e "Pra Que Chorar?". Esta última, assinada por Peteleco. "Um outro pseudônimo de Adoniran [que se chamava João Rubinato]. Era quase um Fernando Pessoa da música popular", diz Bastian.

Estas eram desconhecidas do grande público, mas as novidades do cancioneiro do autor de "As Mariposa" apareceram mesmo com o resultado do garimpo de Bastian e seu conjunto. Mescla de disco e livro, "Adoniran em Partitura: 12 Canções Inéditas" foi lançado em 2017.

Nele, há faixas de período mais maduro do compositor, como "Duas Horas da Madrugada", de 1970, uma parceria de Barbosa e Hervé Cordovil (1914-1979). E também do início da carreira, caso de “Minha Vida se Consome”, de 1935, feita com Pedrinho Romano e Verídico. “Nesta, ele fala de um cara que passa fome, mas com um humor chapliniano, tragicômico. Diz que, se o estômago está vazio, ele vai apertar o cinto para enganar a fome”, conta o pesquisador. 

No show, os oito integrantes do grupo apresentarão estas duas músicas, além de receber convidados. Sobem ao palco ainda a cantora Esterzinha de Souza e os músicos Eduardo Gudin e Toinho Melodia.

O sobrinho de Barbosa, Sergio Rubinato, e o próprio Bastian também participam do espetáculo, contando histórias sobre o homenageado do dia. 

Conjunto João Rubinato

 

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