Felipe Hirsch disseca raízes do conservadorismo no país em 'Selvageria'

Peça "Selvageria" foi criada a partir de textos que mostram a visão europeia sobre os índios e os negros
Peça "Selvageria" foi criada a partir de textos que mostram a visão europeia sobre os índios e os negros - Patricia Cividanes/Divulgação


Em 2013, o diretor Felipe Hirsch decidiu se aprofundar no estudo sobre literatura latino-americana. Como resultado da pesquisa, estreou o projeto "Puzzle", conjunto de peças que investigava as contradições da sociedade a partir de um recorte de textos contemporâneos brasileiros.

Mais tarde, em 2016, a peça "A Tragédia e a Comédia Latino-Americana" abriu o escopo do projeto ao se basear em obras de autores latino-americanos pouco conhecidos pelo público, como o cubano Virgílio Piñera.

Agora, em "Selvageria", que estreia nesta sexta (3), no Sesc Vila Mariana, o diretor e o Grupo Ultralíricos abandonam a narrativa ficcional para se dedicar à análise documental. O elenco tem nomes como Caco Ciocler, Georgette Fadel e Danilo Granghei.

Da coleção do bibliófilo José Mindlin (1914-2010) e da obra "Bibliografia Brasileira do Período Colonial", de Rubens Borba de Moraes (1899-1986), Hirsch selecionou 11 documentos e um livro "Triste Fim de Policarpo Quaresma" (1911), de Lima Barreto que tratam da visão europeia sobre os indígenas e os negros. A partir disso, compôs o texto, que disseca as origens do conservadorismo brasileiro.

Um dos documentos, do século 16, narra uma festa organizada na França que, para reproduzir a selva brasileira, levou 50 índios tupinambás e tabajaras ao país e os colocou para guerrear.

Sesc Vila Mariana - teatro - R. Pelotas, 141, Vila Mariana, região sul, tel. 5080-3000. 620 lugares. Qui. a sáb.: 20h. Dom.: 18h. Até 17/12. Ingresso: R$ 12 a R$ 40. Ingr. p/ sescsp.org.br.

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