Descrição de chapéu Artes Cênicas
Teatro

Festival de teatro negro tem início com show de Anelis Assumpção e peça de Elisa Lucinda

Evento em SP homenageia centenário de Ruth de Souza e traz programação presencial e online

São Paulo

Ruth de Souza foi a primeira atriz negra a pisar no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em 1945. Responsável por abrir caminhos para que outros artistas negros conseguissem entrar nesses espaços, ela é homenageada no Dona Ruth: Festival de Teatro Negro de São Paulo, que chega a sua terceira edição e ocorre desta quarta, dia 20, até 31 de outubro.

Ruth de Souza, que morreu em 2019, faria cem anos em 2021. Para Gabriel Cândido, que está à frente do festival junto a Ellen de Paula, é um dever da cultura brasileira falar mais sobre e atriz.

Com cerca de 30 atividades que incluem shows, espetáculos, rodas de conversa e atividades específicas de formação, o festival tem grande parte da programação online e alguns atos presenciais.

Por causa da pandemia, boa parte da programação se debruçou sobre experimentações da linguagens do teatro, com narrativas que se fundiram com o audiovisual e o mundo online. Além disso, a exibição digital possibilitou que o evento se expandisse para outras regiões do país, trazendo artistas negros e indígenas de estados como o Amapá e o Rio Grande do Sul.

“O desafio está colocado desde o momento em que você olha e pensa que em 2019 estava nascendo o primeiro festival de teatro negro, sendo que São Paulo tem uma cena teatral negra muito poderosa, que cresce cada vez mais”, comenta o idealizador que também é dramaturgo, diretor e performer.​

Um dos eixos do festival é a parte formativa, por isso sua programação abrange quilombos artísticos e pedagógicos, que também funcionam como residência artística. Serão quatro atividades formativas, dentre elas uma sobre os procedimentos biográficos de Ruth de Souza, com o professor Julio Claudio da Silva.

O evento é gratuito. Confira abaixo dez destaques da programação para assistir online ou presencialmente. Informações completas sobre outras atrações do festival estão em donaruthftnsp.com.br.

Se escolher sair de casa, lembre-se que a pandmeia ainda não acabou e utilize a máscara mais adequada.



Abertura do Dona Ruth: Festival de Teatro Negro de São Paulo - 3ª edição
A aberutra do evento ocorre com a performance "Centelhas de Ruth de Souza", por Luz Ribeiro em homenagem aos cem anos de Ruth de Souza. Há ainda um show de Anelis Assumpção, apresentando "Itamares" com um repertório de canções que fazem parte do cancioneiro de seu pai, Itamar Assumpção. As duas apresentações ocorrem no palco virtual do Itaú Cultural.
YouTube Itaú Cultural - Palco Virtual. Nesta quarta (20), às 20h

A cantora Anelis Assumpção
A cantora Anelis Assumpção - Divulgação

P E Ç A
Nesta performance, Rita Rosa Lende questiona a expectativa cultural que existe sobre o corpo da mulher negra, multilado socialmente pelo racismo, pelo machismo e pela misoginia.
Direção, roteiro e elenco: Rita Rosa Lende. Online em Sympla. Nesta quinta (21), às 20h. Ingr.: sympla.com.br


Oca no Buraco Fundo
A produção audivisual mistura performance, video e dança e fala sobre identidades e territorialidades idígenas na contemporaneidade.
Direção e roteiro: Ziel Karapotó. Online Sympla. Na sexta (22), às 20h. Ingr.: sympla.com.br


O Guerreiro e o Curupira
O espetáculo fala de um guerreiro que decide sequestrar o filho do curupira para ganhar respeito do seu povo, mesmo sabendo dos riscos que corria e do que poderia ocorrer se desobedecesse os conselhos do pajé.
Roteiro: Grupo de Artes Dyroá Bayá. Elenco: Anderson Kary Bayá e Dhemerson Batista. Sáb. (23), às 15h. Online no YouTube do Sesc SP

Quatro homens indígenas, dois com máscaras e palhas no corpo e outros dois com lanças
Grupo de Artes Dyroá Bayá (AM) apresenta 'O Guerreiro e o Curupira' - Divulgação

A Mulher do Fim do Mundo
O solo, que tem o mesmo nome da música de Elza Soares, traz indagações, questionamentos e afirmações sobre o corpo da mulher negra.
Direção e texto: Jones Barsou. Elenco: Ana Caroline. Sáb. (23), às 20h. Online em Sympla. Ingr.: sympla.com.br

Uma mulher sentada no chão com os braços para o lado
Solo de 'A Mulher do Fim do Mundo' - Divulgação

Catappum!
O coletivo Catappum! traz performance de palhaços que se envolvem em um mistério para descobrir quem é o responsável por fazer toda uma cidade cair num sono profundo.
Direção: Mafalda Pequenino. Texto: Chico Vinicius e Fagner Saraiva. Elenco: Fagner Saraiva, Monique Salustiano e Raquel Gandolfie Dom. (24), às 15h. Online no YouTube do Sesc SP


Eu, Ruth
Neste ato artístico, Elisa Lucinda conta a trajetória de Ruth de Souza em uma experimentação cênica audiovisual em que a poesia, a música e o documento histórico se confundem.
Direção e texto: Elisa Lucinda e Geovana Pires. Seg. (25), às 20h. Online pelo YouTube Oficinas Culturais do Estado de São Paulo


Xawara - Deus das Doenças ou Troca Injusta
Xawara significa epidemia para o povo yanomami. Nesta performance, Juão Nyn propõe um escambo entre as agulhas do cocar e peças de roupas ou acessórios do público.
Direção: Juão Nyn. Teatro João Caetano - R. Borges Lagoa, 650, Vila Clementino, zona sul. Dia 30/10, às 21h. Ingr.: retirados na bilheteria do teatro 1h antes do início da apresentação

Vermelho, Branco e Preto
Cibele Mateus mergulha no imaginário afrodiaspórico para saber mais sobre as fontes do riso, já que as origens da dor são muito bem conhecidas e exploradas. No espetáculo, a intérprete mistura narrativas caboclas, o sistema colonial e a sua identidade e espiritualidade de mulher negra e periférica.
Direção: Juliana Pardo. Texto: Salloma Salomão e Cibele Mateu. Elenco: Cibele Mateus. Teatro Cacilda Becker - r. Tito, 295, Lapa, região oeste. Dia 31/10, às 19h. Ingr.: retirados na bilheteria do teatro 1 hora antes do início da apresentação

Uma mulher negra com chapéu de palha e espuma branca na boca
'Vermelho, Preto e Branco' será apresentado no Teatro Cacilda Becker - Divulgação

Episódio I: Uenda-congembo (morrer)
Espetáculo traz reflexão sobre a morte e sobre tudo o que podemos ou não ser nos momentos finais.
Direção, texto e elenco: Luciano Mendes de Jesus. Teatro João Caetano - r. Borges Lagoa, 650, Vila Clementino, zona sul. Dia 31/10, às 19h. Ingr.: retirados na bilheteria do teatro 1h antes do início da apresentação

Dona Ruth: Festival de Teatro Negro de São Paulo






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