Avaliada como ótima pelos críticos da Folha (com quatro estrelas), a peça "O Porco" reestreia em São Paulo neste sábado (dia 3), no Sesc Ipiranga (zona sul). Os ingressos de R$ 3 a R$ 12.
- Peça de Walcyr Carrasco sobre homofobia terá três sessões em SP
- Jô Soares dirige Carolina Ferraz em premiada peça norte-americana
- Grupo português encena quatro peças no Sesc Belenzinho
Durante 50 minutos, o ator Henrique Schafer interpreta um porco que vive em um cubículo de quatro metros quadrados à espera do abate. Ele se lembra da época em que era livre, inventa coisas para se distrair, se lamenta, relembra histórias e age de maneira resignada. Afinal, ele diz que sabe que ele nasceu para isso. Para virar comida.
Schafer conta que teve que se livrar de todo "egocentrismo, vaidade e ansiedade" para poder atingir um estado em que fosse capaz de chegar até o espectador sem artificialismos. Foram anos de exercícios, de estudo, e o resultado é que o ator não precisa imitar, literalmente, o porco para que o público acredite que ele está ali, o tempo todo.
Dirigida por Antonio Januzelli, a peça utiliza um texto feito a partir de uma tradução do original francês "Strategie pour deux Jambons", de Raymond Cousse --que é "dono de uma obra visceral, incômoda e questionadora", diz Schafer.
O espetáculo é triste e angustiante, mas também tem humor. E retrata essa resignação que o porco da peça sente ao perceber que o fim está próximo.
"Apesar de falar do porco, há uma fricção inquietante com a vida de todos nós", comenta o artista. Até porque a morte está aí para todos nós.
Comentários
Ver todos os comentários