'Pro Dia Nascer Feliz, o Musical': ator fala da preparação para viver Cazuza

Depois de estrear no Rio de Janeiro, "Cazuza - Pro Dia Nascer Feliz, o Musical" chegou a São Paulo nesta sexta (18), no teatro Procópio Ferreira (zona oeste). Os ingressos custam de R$ 50 a R$ 180 e podem ser adquiridos pelo site www.ingressorapido.com.br.

O texto é de Aloísio de Abreu e a direção de João Fonseca, que também comandou "Tim Maia - Vale Tudo" e "Rock in Rio - O Musical".

O ator Emílio Dantas encarna Cazuza e revive fases de sua carreira, como a passagem pela banda Barão Vermelho e a luta contra a Aids.


Esta é a segunda parceria entre Fonseca e Dantas, que atuou "Rock in Rio". "Fiquei fã do Emílio e achei que ele merecia um papel de maior destaque", diz Fonseca. "O curioso é que ele não se parece fisicamente com o Cazuza, mas tem um timbre muito parecido com o dele. Foi muito capaz de detalhar os movimentos e a forma de falar".

O diretor explica que o primeiro ato da peça retrata Cazuza em sua fase saudável. Já no segundo, o cantor está debilitado por causa da Aids. Para mudar a aparência de Dantas, a equipe do musical usou iluminação, maquiagem e apetrechos como perucas. "Tem também, claro, a atuação do Emílio. O mérito é dele porque, a partir da pesquisa que fez, é capaz de mudar os gestos, a voz e a postura", afirma Fonseca.

O ator Emílio Dantas conversou com o "Guia" e contou como foi sua pesquisa para (re)viver Cazuza. Confira a entrevista abaixo.

"Guia" - Como foi sua preparação para o papel?
Emílio Dantas - Nós tivemos muito contato com a Lucinha [mãe de Cazuza] e com todos os amigos do Cazuza. Como estreamos no Rio de Janeiro, tivemos essa facilidade. Minha preparação foi assistir a vídeos do Cazuza no YouTube, conversar com muita gente e ler os livros da Lucinha ["Só as Mães São Felizes", de 1997, "Preciso Dizer que Te Amo", de 2001, e "O Tempo Não Para - Viva Cazuza", de 2011].

Você chegou a assistir ao filme "Cazuza - O Tempo Não Para" [de 2004]?
Fiquei com o filme na mão e ia assistir. Mas tive muita abertura com a Lucinha e tive acesso a muitas fontes diretas da vida do Cazuza. Também fiquei com receio de pegar a interpretação do Daniel de Oliveira [que interpretou Cazuza no filme]. Então preferi ir direto nas fontes para não ter muito apego. E a peça e o filme foram baseados no mesmo livro ["O Tempo Não Para - Viva Cazuza"]. Na verdade, eu deveria ter visto o filme lá atrás, há muito tempo, mas acreditava que poderia ser a última obra baseada no Cazuza. Estava guardando para um outro momento, mas depois que fui escalado para o papel é que decidi não ver mesmo.

E como foi a temporada de "Cazuza" no Rio?
Foi uma delícia. No Rio, foi incrível porque estávamos em casa. E foi muito legal, pois conseguimos enriquecer a peça lá. Em todo final de apresentação, alguém que conheceu o Cazuza vinha falar comigo e dava mais detalhes sobre a vida dele. Inclusive, uma prima do Cazuza me deu detalhes sobre uma música, explicou que ele costumava fazer um gesto com o braço... o Leo Jaime também apareceu e me falou muita coisa sobre o comportamento dele.

Você já tinha atuado em outros musicais?
Sim, fiz "Rock in Rio - O Musical" [também dirigido por João Fonseca. Eu interpretava o Roger.

Então você não precisou de nenhum tipo de preparação vocal para "Cazuza"?
Não. Na verdade, eu comecei na música, e não no teatro. Eu tinha banda desde os 15 anos. Fiquei dez anos com essa banda. E aí depois fui convidado para um outro grupo, para substituir o vocalista. E foi só depois que entrei para o teatro e decidi me voltar mais para essa carreira.

Informe-se sobre o musical

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas

Ver mais