Com trama e atuação simples, 'Pela Janela' retrata realidade comum para muita gente



Aos 65 anos, Rosália trabalha em uma fábrica de reatores de lâmpadas. A função parece maçante, mas ela a executa com gosto e com boa vontade. É o que a move. Porém, um dia, Rosália é demitida. E agora?

"Pela Janela", dirigido e roteirizado por Caroline Leone, mostra sensibilidade ao retratar uma realidade comum para muita gente: Rosália (interpretada por Magali Biff) tem uma vida simples, é verdade, mas esse é o mundo que ela conhece. De uma hora para a outra, ela se vê sem chão.

O irmão José (Cacá Amaral) não quer deixá-la deprimida em casa, sozinha, e decide levá-la em uma viagem. Por ordem do patrão, José deve dirigir de São Paulo a Buenos Aires, na Argentina, e, mesmo a contragosto, Rosália o acompanha no trajeto.


Desenvolve-se então um road movie. E, como é característico desse gênero, a trama mostra muito mais uma viagem interna do que a jornada física propriamente dita.

Antes triste e temerosa em sair da rotina e de casa, Rosália começa a gostar do mundo que se abre para ela.

No ápice do longa-metragem, uma cena em que a protagonista e o irmão visitam as cataratas do Iguaçu, a mudança que ela sofre é evidente. No início, Rosália tem medo da força e do barulho da água e se agarra à grade de proteção. Mas aquela água que assusta também respinga gentilmente no rosto.

Em "Pela Janela", Caroline Leone acerta ao propor um filme com trama e atuações simples. Assim é a vida, afinal.

Veja salas e horários de exibição.

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