Há dez anos, Al Gore, que se candidatara à Presidência dos EUA sem sucesso, ganhou o Oscar e o Nobel da Paz. O documentário Uma Verdade Inconveniente, que escreveu e protagonizou, levou a estatueta. A medalha sueca ele dividiu com o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU.
Em 2017, a luta do político para informar as pessoas sobre o aquecimento global continua e é retratada em "Uma Verdade Mais Inconveniente", dirigido por Bonni Cohen e Jon Shenk.
O que vemos nesta sequência são apresentações de dados, entrevistas com cientistas e impressionantes imagens de geleiras se desfazendo que tentam mostrar os efeitos do aquecimento da Terra. Tudo isso entrecortado por cenas de palestras motivacionais da ONG de Gore, que treina pessoas para espalharem a verdade sobre as mudanças climáticas.
O conflito do filme fica por conta da participação do político na COP21, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, em Paris, em 2015. Ali, Gore exerceu um importante papel, assegurando o sucesso do documento em que 195 nações se comprometem a diminuir a emissão de dióxido de carbono.
Al Gore é o herói que salva o dia, ou melhor, o clima. Sua figura é construída como a de um messias. A câmera o filma de baixo para cima, engrandecendo-o. É bom levar o lenço à sessão. Ao final, o jogo de manipulação com músicas tristes e imagens de afogamentos em enchentes pode funcionar com você; funcionou com esta repórter. Se não, é só lembrar que Donald Trump retirou os EUA do Acordo de Paris.
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