Da botecagem aos drinques, região da Santa Cecília, em SP, ganha nova leva de bares

Novidades de diferentes vocações se somam à efervescência descolada, que inclui lojas, restaurantes e livrarias

São Paulo

A oferta etílica na vizinhança da Santa Cecília, região central da capital paulista, continua em expansão.

Três novos endereços de vocações diferentes abriram as portas nos últimos quatro meses para se somar à efervescência descolada dos arredores, que inclui baladas, lojas, restaurantes e livrarias. Conheça a seguir as pedidas para quem gosta de drinques, é do time mais descolado ou prefere uma cara de boteco.

Ambiente de bar com decoração colorida em tons pasteis de rosa, verde e azul; o chão é quadriculado e a parede à direita tem uma prateleira com bebidas
Interior do Escarcéu Bar, que tem ares de boteco no cardápio de comes e bebes - Divulgação

Cecí é boa opção para provar coquetéis em suas versões clássicas

O Cecí abriu as portas na última quarta-feira, dia 22, no segundo andar de um prédio em frente à estação Santa Cecília do metrô. Com 350 metros, o salão é dividido por seis colunas, rodeadas por bancos de granito preto, mesas e cadeiras. Todo o espaço está sob iluminação baixa na cor verde, que pode ser vista pelas janelas do lado de fora por quem atravessa a rua das Palmeiras.

O menu está voltado aos coquetéis que, por ora, aparecem só em versões clássicas. Tem negroni (R$ 35), dry martíni (R$ 47) e daiquiri (R$ 32), mas também tradicionais de menor circulação, como sidecar (R$ 40), feito com brandy, Cointreau e limão-siciliano, e um aperol spritz, preparado com espumante prosecco (R$ 30) além do Aperol. Quem quiser adocicar a boca, pode também provar o casino, que mistura gim, licor de cereja, limão e laranja (R$ 35).

Drinques autorais ainda passam por testes, mas devem entrar no cardápio em março. A cozinha também não abriu, mas deve a entrar em operação na próxima semana e vai dar destaque a preparos feitos com ingredientes crus. Se o público inicial for um termômetro, o espaço pode funcionar para beber de forma tranquila e para dançar.

Na noite de abertura, toda mobília foi retirada para os visitantes ensaiarem passos ao som de jazz e bossa nova. Esse modelo de evento deve se repetir em outras festas do bar. Ajustes estão sendo feitos no ambiente. Na inauguração, a escada era pintada por um ilustrador. Vale destacar que o local, porém, não é acessível a cadeirantes: a entrada se dá por uma escadaria.

R. Ana Cintra, 312, centro, @cecisp.bar. Qua. a dom., das 19h à 1h


Botecagem sem muita frescura ganha espaço no Escarcéu

"Boa comida e boa bebida em ambiente descontraído, com atendimento simpático e um bom papo." Assim Edu Passarelli explica o lema "simplesmente botecagem", atribuído ao novo Escarcéu Bar.

Inaugurado oficialmente no dia do aniversário de São Paulo, em 25 de janeiro, o bar é mais um a compor a cada vez mais atraente cena boêmia da região central da cidade —que inclui endereços como Dona Onça e Casa Lúpulo— além de cafés e padarias, que mantêm a Santa Cecília e bairros adjacentes, como República e Vila Buarque, procurados de dia e de noite. Aliás, essa é uma das vocações do Escarcéu, que apesar do público mais noturno, se torna também uma interessante opção para quem está em busca de um bom almoço com cara de prato-feito.

Entre as sugestões estão receitas como o espaguete com porpetinhas de carne (R$ 39) —também na versão vegetariana, com a porpetinha de grão-de-bico, por R$ 40—, estrogonofe de carne ou palmito (R$ 47) e a tradicional feijoada, servida às quartas e sábados. Há também petiscos que saem direto da estufa, como empadinhas e castanhas, além dos tradicionais azeitonas, tremoço e bolinho de tapioca com geleia de pimenta.

Para beber, o chope da artesanal Camale (IPA ou pilsen) divide espaço com a cerveja Colorado Ribeirão Lager e com drinques, como o negroni envelhecido (R$ 38) e as caipirinhas de três limões ou de caju com limãosiciliano (R$ 24, cada uma).

Cercado por um verde-claro e rosa que lembra as cores da escola de samba carioca Mangueira (pura coincidência), o Escarcéu tem um jeitão setentista, com espelhos espalhados na parede, prateleiras para as bebidas e luminárias redondas acima do balcão.

Com passagem em bares como o Melograno —dedicado às cervejas artesanais na Vila Madalena — e o Aconchego Carioca (posteriormente Jiló do Periquito), Edu Passarelli comanda o Escarcéu com a turma do Goela Bar, também na Madá.

Para esse empreendimento, ele conta que estava atrás de um bar mais raiz. "Encontramos o imóvel que cabia no nosso bolso (acreditamos que boteco de verdade não tem grandes investimentos) e estava em uma região que achamos promissora", explica. Por enquanto, essa botecagem simples, mas convidativa, está disponível só quatro dias por semana.

R. Santa Isabel, 149, Vila Buarque, região central. Qua. a sex., das 12h às 15h e das 18h às 0h; sáb., das 12h às 0h

Quem curte pegada moderninha tem acolhida no Bargo

Ao aterrissar na Santa Cecília no fim do ano passado, vindo da zona leste, o restaurante Borgo Mooca deu cria a um bar que começou a funcionar em novembro.

O balcão (além dele, também há mesas, poltronas e sofás) está instalado no subsolo do imóvel, numa entradinha discreta, à direita de quem olha a casa. O ambiente é cuidadosamente descolado: uma mesa geométrica comunitária, teto de tijolos baianos à vista, fotos e pôsteres nas paredes (como o do filme "Quando o Carnaval Chegar", de Cacá Diegues).

Mas o que importa mesmo é a carta de coquetéis, que anima quem gosta do assunto. No início da lista, chama a atenção o dirty tequila collins (R$ 49), feito com tequila, limão, xarope de azeitona siciliana e club soda. E tem o "dryquiri" (R$ 38), preparado com rum, limão, maracujá e Campari.

Outro destaque do menu, que lista cerca de 20 sugestões de drinques, é a seção dedicada a amarguinhos —como Campari e vermutes— usados para compor as receitas. Para comer, receitas como o siriovo (R$ 38), ovo envolto por carne de siri e batata, empanado e frito.

Sem carne, há a burrata, que acompanha homus e tomates desidratados. Um detalhe: a luz é baixa e, a depender do dia, há discotecagem ao vivo —o som é alto o suficiente para quem não é tão jovem se sentir numa baladinha, mas sem ser um incômodo. Funciona na Barão de Tatuí, no mesmo ponto que pertenceu ao italiano Così.

R. Barão de Tatuí, 302, Santa Cecília, região central, @bargomooca. Ter. a sáb., das 19h às 0h

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