O Alba, novo bar na Vila Beatriz, zona oeste de São Paulo, ganhou uma repaginada para transformar uma antiga e decadente loja de fantasias num ponto com carta de drinques assinada por Maynara Medeiros, cardápio de autoria do chef Raphael Vieira e arquitetura de Rodrigo Ohtake.
"Alba significa alvorada e daí vieram as cores do bar", diz Ohtake que também é um dos sócios do novo espaço. O arquiteto ainda lembra que já havia trabalhado com os atuais sócios quando desenhou o finado bar Buraco, na Santa Cecília, no centro de São Paulo.
Ohtake, no entanto, faz questão de lembrar que se no antigo Buraco, o roxo e o neon marcavam a decoração. No Alba, se destacam um teto dourado pintado com tinta automotiva, um azul intenso escolhido para a parede atrás do balcão e os tons alaranjados dos móveis do lugar, que emulam as cores celestes em seus diferentes estados. Segundo o arquiteto, a decoração escolhida cria um ambiente aconchegante para o espaço do Alba, que ainda conta com mobiliário assinado por ele e pelo também arquiteto Gustavo Utrabo.
O ambiente não é o único atrativo do bar, que tem como destaque o cardápio assinado pelo mesmo chef do restaurante vegetariano 31. Fechada há alguns meses no centro de São Paulo, a outra casa deve reabrir em breve nos arredores do Alba.
"Tive liberdade para fazer uma comida de bar, uma oportunidade que resolvi abraçar", conta Vieira também explicando como todas as opções foram pensadas para serem compartilhadas, comidas com as mãos mesmo e com pratos não vegetarianos incluídos no cardápio. Dentre esses, o chef destaca a cavalinha com molho de macadâmia, folhas picantes e óleo de dill (R$ 52) e o tempurá de mexilhões, que no Alba é servido sobre as cascas dos mesmos acompanhados de maionese de algas (R$ 45). O brioche servido com patê de fígado e conservas de vegetais (R$ 42) também merece destaque.
Ainda, fazendo um aceno aos saudosos do 31, Vieira incluiu opções vegetarianas como os cogumelos grelhados com pasta de alho e furikake (R$ 42) e a alface servida com creme de rúcula, ervas e pistache (R$ 36), todo os pratos podem ainda serem acompanhados de uma porção de pão artesanal (R$13).
O espírito saudosista em certa medida também marca a criação dos coquetéis de Medeiros, que não esconde que homenageou momentos com suas amigas para batizar e compor os drinques. " A primeira compota de Caju do Feferida foi feita por uma amiga", conta a mixologista sobre o drinque que ainda leva vermute de caju, gim, suco de limão e água com gás (R$ 39).
Medeiros ainda destaca que todas as opções da carta levam vermute em sua composição. Ainda se destacam o Gallo Almado (R$ 33), uma mistura de cachaça infusionada com chá lapsang souchong, vermute tinto e Cynar. Também vale provar o Flyboy (R$40), que junta uísque Bourbon infusionado com alcaçuz, vermute de jabuticaba e suco de limão, e o Das Flores (R$ 37), que leva vermute branco, vodca infusionada com manjericão roxo, suco de limão e xarope de açúcar.
A casa ainda elaborou uma excelente versão de coquetel à base de café, o Ruy com J (R$ 39), que acrescenta à bebida uma dose de gim, uma de vermute e arremata com um toque de limão e bitter de laranja, e uma excelente versão de drinque à base de destilado de pêra, o Goya Sedoso (R$ 38), que ainda mistura vermute branco, Bourbon, suco de pêra e dill fresco para compor o coquetel.
Vieira e Medeiros ainda orientam quais pratos comer com determinadas bebidas. A título de exemplo, o chef e a mixologista pedem que os clientes provem o brioche com o patê de fígado junto com o Gallo Almado e a alface com creme de rúcula junto com o Das Flores. Com um grupo competente por trás, resta nítido que o Alba é um desses bares que vale a pena ir não só para beber, mas para aproveitar o lugar.
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