Uma galeria de arte a céu aberto "no meio da quebrada". É assim que o rapper Catata Crazzy, nome artístico de Ezequias Cardoso, de 34 anos, descreve a comunidade onde vive, em São Paulo.
Foi em 2009 que o projeto Favela Galeria lançou o colorido do grafite sobre muros, portões e vielas da Vila Flávia, em São Mateus, na zona leste paulistana. Hoje, se colocadas em linha reta, as pinturas somam mais de três quilômetros de exposição ao ar livre.
"O grafite trouxe mais vida para os lugares, inclusive aqui na minha residência", conta a moradora do bairro Liz Martins, de 43 anos. A pintura surgiu quando ela fazia uma reforma em sua casa e perguntaram se cederia o muro para um grafite.
"Ainda mais que foi no meio da pandemia e eles falaram que era para fazer homenagem ao pessoal da saúde", relembra Martins, que acrescenta que a periferia é esquecida e diz acreditar que projetos como o Favela Galeria façam com que as pessoas se sintam mais acolhidas no bairro.
O rapper Catata, que é integrante do projeto, afirma que o bairro já é conhecido por atividades ligadas à arte, com grupos de rap e de grafite. Com o projeto, passaram também a ser realizadas oficinas para os jovens da comunidade.
"Tem vários tipos de eventos, com artistas que se unem para pintar a quebrada, pessoas que fazem contato, projetos que a gente faz quando recebe algum recurso", diz ele, acrescentando que a ideia é transformar São Mateus no bairro da arte em São Paulo.
"Tudo que a gente faz tem uma preocupação com o território. Nessa época de pandemia, as nossas atividades artísticas diminuíram, mas as nossas atividades aqui dentro não. A gente, da nossa maneira, conseguiu fortalecer nessa época."
O contato do grupo pode ser encontrado neste link.
12h25
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