Os pátios e jardins envoltos por uma paisagem cheia de verde do templo Zu Lai, em Cotia, na Grande São Paulo, vão ficar mais movimentados a partir desta sexta, dia 20. Depois de permanecer pouco mais de dois anos fechado por causa da pandemia de Covid-19, o maior templo budista da América do Sul volta a receber a visita do público.
O retorno, porém, ocorre com restrições. Por enquanto, o complexo abre apenas às sextas e aos sábados e domingos. É possível visitar todo o espaço, que inclui os jardins, as salas de cerimônia e de meditação. O restaurante vegetariano do local também volta a funcionar, apenas aos sábados e domingos. Já atividades como aulas, retiros e celebrações continuam sem previsão de retomada.
O endereço vai abrir com um limite de 500 pessoas por vez. Para frequentar o espaço, será necessário usar máscara, até mesmo nas áreas ao ar livre, embora o uso do acessório já não seja mais obrigatório no estado de São Paulo. Também será preciso apresentar a carteirinha de vacinação e aferir a temperatura na entrada.
O templo religioso, a 30 km de São Paulo, costuma atrair turistas em busca de um passeio tranquilo e recebia de 6.000 a 8.000 pessoas por semana. Por causa da pandemia de coronavírus, o local estava fechado desde março de 2020.
Embora a celebração de cultos religiosos tenha sido autorizada em todo o estado em abril do ano passado, o Zu Lai optou por permanecer fechado. Uma das principais razões está no próprio budismo e em preceitos de cuidar do próximo, afirma o mestre Hui Li.
O monastério até esboçou planos para reabrir o local no início deste ano, mas o surgimento de novas variantes adiou a ideia. "Não era a hora de pensar que a gente precisava do recurso da cafeteria ou da lojinha do templo, era hora de pensar no risco que um lugar que atrai quase 5.000 pessoas num dia pode proporcionar", diz Hui Li.
O avanço na vacinação e a diminuição das médias de casos e de mortes no país permitiram retomar o projeto. Mas foi uma demanda cada vez maior do público o que motivou a reabertura neste mês, mesmo que de forma gradual.
"Recebemos centenas de ligações por dia, qualquer postagem que fazemos nas redes sociais nos perguntam quando o templo vai abrir", diz o monge. "Estamos abrindo em um esquema para dar uma aliviada nessa procura antes de voltar 100% —o que a gente espera que aconteça daqui a poucas semanas."
Durante a pandemia, os dez monges que vivem no templo se adaptaram ao mundo digital e passaram a organizar atividades online para os seguidores da religião e para os curiosos, com a transmissão de cerimônias, aulas de meditação, cursos e palestras.
"Eu nem tinha rede social. Todos nós tivemos que nos adaptar para continuar levando a doutrina do templo para mais pessoas nesse período", conta Hui Li. Mesmo com a reabertura, eles devem manter a programação online, junto com as atividades presenciais.
Inaugurado em 2003, o Zu Lai faz parte da Fo Guang Shan, ordem fundada em Taiwan que reúne mais de 200 templos em todo o mundo. Com 10 mil metros quadrados de área construída, o edifício é inspirado na arquitetura chinesa da dinastia Tang e conta com um templo principal, onde fica uma estátua de Buda de jade, salas de aula e de meditação, biblioteca e auditório.
Por lá, os visitantes podem acompanhar as cerimônias recitadas pelas monjas, meditar e explorar o local, que ainda tem lagos e parquinho para crianças. Logo na entrada, há uma escadaria ornada por flores de lótus, principal símbolo da religião. A entrada é gratuita e não é preciso reservar.
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