Adaptação de 'As Mil e Uma Noites' mescla histórias de Sherazade às de refugiados árabes

Em montagem no Sesc Avenida Paulista, grupo carioca encena clássico para falar de temas atuais

Fernando Silva
São Paulo

A Cia Teatro Voador Não Identificado traz do Rio de Janeiro para o Sesc Avenida Paulista a sua adaptação para o clássico da literatura "As Mil e Uma Noites".

Na montagem, que fica em cartaz até 14 de julho, tradição e modernidade andam de mãos dadas: três histórias inspiradas nos contos de Sherazade são narradas em cada uma das dez sessões do espetáculo, todas mescladas a relatos reais de refugiados árabes, colhidos em entrevistas e interpretados pelos atores.

Nenhuma delas é repetida nas encenações seguintes, com exceção do prólogo, o início da peça em que a protagonista tenta atiçar a curiosidade do rei e, assim, adiar sua morte.

Cena da peça 'As Mil e Uma Noites', adaptação do clássico da literatura árabe encenada pelos cariocas da Cia Teatro Voador Não Identificado; espetáculo apresenta histórias inspiradas nos contos de Sherazade mesclados a relatos reais de refugiados árabes
Cena de 'As Mil e Uma Noites', adaptação do clássico da literatura encenada pelos cariocas da Cia Teatro Voador Não Identificado - Renato Mangolin/Divulgação

Nos contos, há referências à Primavera Árabe, onda de manifestações ocorridas no Oriente Médio a partir do começo desta década e que levou, por exemplo, à queda do ditador Hosni Mubarak no Egito. Além de alusões às lutas e conflitos da política brasileira do século 21.

Com três horas de duração, "As Mil e Uma Noites" têm cinco atrizes como Sherazade: Adassa Martins, Clarisse Zarvos, Elsa Romero, Julia Bernat e Larissa Siqueira.

'As Mil e Uma Noites'

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