Crítica: Palhaços transformam tragédia em brincadeira em peça infantil

Dois palhaços-coveiros conversam num cemitério durante o trabalho. Eles cavam e retiram os esqueletos dos personagens da tragédia de Hamlet, de William Shakespeare (1564-1616). Os coveiros e as caveiras decidem então contar a sua história.

Angelo Brandini, diretor de "O Príncipe da Dinamarca", acerta no modelo que usa para representar a morte para as crianças porque, em vez de mostrá-la como acontecimento presente, comenta sobre ela de forma épica, por meio de um fato narrado e fictício, que faz parte do imaginário ocidental, apesar de ser complexo para o público infantil.

Crédito: João Caldas/Divulgação Cena do espetáculo "O Príncipe da Dinamarca", que segue em cartaz no teatro Eva Herz até o dia 9 de dezembro

A cada cena, um comentário sobre os acontecimentos, acompanhado da dúvida: será que a trama é essa mesma? Não se trata apenas da morte, vários valores entram em jogo: o modo de perceber a realidade e de lidar com a traição, a decepção e a loucura.

Com teatro de bonecos dentro da própria peça, muitas piadas, coreografias de espadas e até a aparição de um fantasma, o afinado elenco da Cia. Vagalum Tum Tum conta a saga do príncipe infeliz, que termina em carnificina, mas que aqui não passa de
uma brincadeira de palhaços.

Avaliação: bom.
Indicação do "Guia": a partir de 6 anos.

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