Se no sucesso "O Jardim" (2011) a premiada Cia. Hiato partiu de suas biografias para construir a trama da peça, em "Ficção", novo trabalho que a trupe estreia nesta terça-feira (9) no Sesc Pompeia (zona oeste de São Paulo), o jovem coletivo vai mais longe.
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Como o próprio nome denuncia, o espetáculo questiona o limite entre real e ficcional.
A montagem é composta de seis monólogos (são apresentados dois a cada dia ) que levam os nomes dos próprios atores --Aline Filócomo, Fernanda Stefanski, Luciana Paes, Maria Amélia Farah, Paula Picarelli e Thiago Amaral-- e que tratam de aspectos verídicos das biografias dos intérpretes.
Mas, no fundo, essas histórias reais --que tratam de conflitos familiares, questões de imagem ou reflexões sobre a carreira artística-- vêm discutir até onde é possível escapar do imaginário. A todo o momento, o público se questiona o quão verídico são os fatos a que ele assiste.
"Percebemos que, para falar da vida dos atores, não poderíamos deixar de questionar a própria teatralidade", explica Leonardo Moreira, diretor da Hiato. "Vimos que fugir da ficção é uma impossibilidade e que, se perdemos a ficção, começamos a perder a realidade."
A cenografia também transita entre os dois planos. A peça utiliza tanto o espaço cênico verdadeiros como reproduções desse local.
O projeto deve ganhar um desdobramento no ano que vem. "Ficção 2" pretende colocar plateias paralelas em diferentes percepções da mesma encenação.
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