Reduto roqueiro em SP, bar Mandíbula é mais um a fechar devido ao coronavírus

Casa encerra as atividades dentro da galeria Metrópole, mas promete voltar em outro endereço

São Paulo

O bar Mandíbula anunciou, nesta terça (14), o encerramento definitivo das atividades dentro da galeria Metrópole, na região central. A casa é mais uma a fechar as portas na capital paulista em meio à pandemia do novo coronavírus —nos últimos dias, endereços como La Frontera e Pasv também se despediram do público.

O local, que completaria seis anos na quarta (15), ficou conhecido principalmente por renovar o movimento da galeria Metrópole. Com festas animadas por cervejas em garrafa long neck e copos de gim-tônica, tinha público descolado e roqueiro que enchia os corredores do edifício em uma pista de dança improvisada.

Sair do prédio, contudo, já estava nos planos dos sócios, que enfrentavam problemas com os horários impostos pela administração local. Segundo Bruno Bocchese, a ideia era deixar a galeria e partir para outro endereço, "na Liberdade ou Barra Funda", conta. Mas, com as portas fechadas devido à quarentena, eles se viram obrigados a tocar apenas a primeira metade do plano. "Analisando todo cenário a gente achou que era melhor suspender as atividades."

Enquanto não abre o novo endereço físico, o Mandíbula deve continuar como plataforma de conteúdo de cultura e música. "A ideia ainda é muito embrionária, mas queremos encontrar uma forma de manter contato com o público que criamos ali", explica Bocchese. "Quando acabar a pandemia, devemos voltar com festas itinerantes."

Bocchese também é sócio dos bares Cama de Gato e Fel, ambos na região central da capital. O primeiro foi pioneiro na cidade a incentivar o público a ajudar o negócio por meio da compra de vouchers, e mantém-se aberto com delivery de drinques. O Fel, por sua vez, também está com uma campanha aberta junto ao público, mas está com a operação suspensa durante a quarentena.

BARES E RESTAURANTES NO CORONAVÍRUS

De portas fechadas como medida de combate à pandemia do novo coronavírus desde meados de março, bares e restaurantes da capital paulista lutam para sobreviver.

Enquanto muitas destas casas correram para adaptar o serviço da cozinha para oferecer delivery e retirada no local —também chamado de take away— outras optaram por manter as atividades suspensas até poderem abrir novamente o salão.

Por orientação do governador João Doria (PSDB), o prazo da quarentena obrigatória, que teve início em 24 de março, foi estendido até, pelo menos, o dia 22 de abril. Pelas regras da quarentena, só podem funcionar os serviços que sejam considerados essenciais para a população, como alimentação, abastecimento, saúde, bancos, limpeza e segurança.

O delivery é visto como uma forma de minimizar os impactos sofridos pelo setor, que emprega mais de 6 milhões de pessoas.

Enquanto aguardam ajuda federal ou o fim da quarentena, os estabelecimentos se viram como podem —e contam, principalmente, com a ajuda da clientela.

Muitos deles, por exemplo, estão vendendo vouchers para consumo pós-pandemia em sites de financiamento coletivo.

Eles também contam com iniciativas como o GGG (gggbrasil.org), o Menu do Amanhã (loja.gaspaindica.com.br) e o Apoie Um Restaurante (apoieumrestaurante.com.br).

São sites nos quais os comensais podem adquirir vouchers para consumo após a quarentena, mas funcionam como lojas: listam uma série de estabelecimentos, e cabe ao cliente escolher qual ajudar.

A diferença desses projetos para os sites de financiamento coletivo é que, nessas plataformas, o estabelecimento já recebe o dinheiro, sem a necessidade de aguardar o encerramento das campanhas. Sem cobranças de taxa nas transações, os empreendimentos recebem 100% do valor pago.

Uma dica é checar as redes sociais de seus restaurantes e bares favoritos para saber como ajudar.

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