Desde 1970 na avenida São João, região central, o restaurante Pasv encerrou definitivamente as atividades —após o La Frontera também se despedir da clientela paulistana devido à pandemia do novo coronavírus.
"Eles já queriam fechar há algum tempo", conta Eduardo Vieira Castromil, filho de José Ares, um dos sócios do Pasv. "Com a quarentena, teriam que continuar a pagar os dez funcionários e gastar as economias, para voltar pior ainda", comenta. Irmãos, José e Ramon Ares, os atuais sócios da casa, têm 77 e 80 anos, respectivamente.
De fachada discreta e ambiente de boteco, o local era conhecido pelo menu em que clássicos da gastronomia espanhola, como puchero e paella, dividiam espaço com pratos brasileiros, a exemplo de churrasco, feijoadas e pê-efes. A cozinha simples, afetuosa, farta e de custo-benefício atraente rendeu à casa menções em colunas de Luiz Horta e André Barcinski nesta Folha.
A casa teve unidades na Lapa e em Pinheiros, em 1966, mas, ao chegar ao centro, manteve apenas endereço da avenida São João. Pasv é uma sigla com as iniciais dos nomes dos primeiros sócios: Perez, Ares, Salcines e Villaverde.
BARES E RESTAURANTES NO CORONAVÍRUS
De portas fechadas como medida de combate à pandemia do novo coronavírus desde meados de março, bares e restaurantes da capital paulista lutam para sobreviver.
Enquanto muitas destas casas correram para adaptar o serviço da cozinha para oferecer delivery e retirada no local —também chamado de take away— outras optaram por manter as atividades suspensas até poderem abrir novamente o salão.
Por orientação do governador João Doria (PSDB), o prazo da quarentena obrigatória, que teve início em 24 de março, foi estendido até, pelo menos, o dia 22 de abril. Pelas regras da quarentena, só podem funcionar os serviços que sejam considerados essenciais para a população, como alimentação, abastecimento, saúde, bancos, limpeza e segurança.
O delivery é visto como uma forma de minimizar os impactos sofridos pelo setor, que emprega mais de 6 milhões de pessoas.
Enquanto aguardam ajuda federal ou o fim da quarentena, os estabelecimentos se viram como podem —e contam, principalmente, com a ajuda da clientela.
Muitos deles, por exemplo, estão vendendo vouchers para consumo pós-pandemia em sites de financiamento coletivo.
Eles também contam com iniciativas como o GGG (gggbrasil.org), o Menu do Amanhã (loja.gaspaindica.com.br) e o Apoie Um Restaurante (apoieumrestaurante.com.br).
São sites nos quais os comensais podem adquirir vouchers para consumo após a quarentena, mas funcionam como lojas: listam uma série de estabelecimentos, e cabe ao cliente escolher qual ajudar.
A diferença desses projetos para os sites de financiamento coletivo é que, nessas plataformas, o estabelecimento já recebe o dinheiro, sem a necessidade de aguardar o encerramento das campanhas. Sem cobranças de taxa nas transações, os empreendimentos recebem 100% do valor pago.
Uma dica é checar as redes sociais de seus restaurantes e bares favoritos para saber como ajudar.
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