A nova peça de Ary Fontoura mistura humor e drama psicológico. É uma crítica à indústria do entretenimento, que fabrica ídolos passageiros, de uma hora para outra, e leva grandes artistas ao esquecimento.
Em "O Comediante", que estreia nesta sexta-feira (16) no Teatro Raul Cortez, o ator Walter Delon (interpretado por Fontoura) vive num mundo paralelo, preso ao sucesso de um tempo que já acabou —misturando ficção e realidade.
Para tentar tirar o artista dessa situação de confusão e isolamento, seu agente Eric (Gustavo Arthiddoro) e sua governanta Norma (Angela Rebello) arquitetam um plano que envolve o lançamento de uma biografia.
O esquema inclui a participação da jornalista Júlia (Carol Loback), que fica responsável por vasculhar o passado cheio de glórias do ator.
"O Comediante" é o último trabalho de José Wilker, que morreu em abril de 2014, na fase dos ensaios. Ele dirigiu a peça quase até o final, deixou tudo praticamente pronto —o toque cinematográfico dado ao espetáculo foi ideia dele, um apaixonado por cinema. Depois, Anderson Cunha assumiu o posto.
O texto, escrito pelo estreante Joseph Meyer, é livremente inspirado no filme "Crepúsculo dos Deuses" (1950), de Billy Wilder. Já o cenário, requintado, é assinado por José Dias.
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