Crítica: 'Felpo Filva' adapta livro usando poema, música e animações

Com direção de Claudia Missura, a peça "Felpo Filva" coloca em cena o ator Marat Descartes como um "coelho com vida de ostra", poeta solitário e recluso, famoso por versos que levariam até os mais otimistas à depressão.

O humor do livro homônimo de Eva Furnari ganha uma adaptação inventiva e dinâmica, feita pelo dramaturgo Marcelo Romagnoli. Assim como nos textos de Furnari, o riso na peça não é escancarado, ele se esconde no canto da boca.

Crédito: Georgia Branco/Divulgação Cena da peça "Felpo Filva", em cartaz no Sesc Bom Retiro
Cena da peça "Felpo Filva", em cartaz no Sesc Bom Retiro

É um achado da adaptação colocar os dois sobrinhos para contar a história, que se desdobra em diferentes tipos de texto -fábula, ditado, poema, bula, receita. É num vai e vem de cartas, postais e telegramas que Felpo e Charlô (Gisele Calazans), uma fã crítica, travam diálogo.

A direção de Missura se apoia na palavra narrada e encenada por uma dupla que tem cumplicidade cênica. O espetáculo está em sintonia com uma cena teatral que flerta com as artes visuais (animações num telão) e a música (composições sempre inspiradas de Tata Fernandes).

Os coelhos e seu mundo, sugeridos e ilustrados pelo cenário de Marco Lima, ficam no escuro muitas vezes. A iluminação (Marisa Bentivegna) carece de ajustes operacionais.

Avaliação: bom.
Indicação: a partir de 4 anos.

Informe-se sobre a peça

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas

Ver mais