Nova peça de terror dá sustos na plateia; leia entrevista

Grande entusiasta do dramaturgo inglês Alan Ayckbourn, o carioca Alexandre Tenório dirige mais uma peça de sua autoria.

Crédito: Ligia Jardim/Divulgação Roney Facchini, Marcelo Diaz e Maurício de Barros em cena da peça "Assombrando Julia", texto do inglês Alan Ayckbourn com direção de Alexandre Tenório

"Assombrando Julia", que estreia nesta sexta-feira (22) no auditório do Sesc Pinheiros (zona oeste de São Paulo), traz uma história sobrenatural --com direito a sustos na plateia--, sempre pincelada de humor ácido, como é marca dos textos de Ayckbourn.

O elenco conta com Roney Facchini, Marcelo Diaz e Maurício de Barros.

Na trama, inconformado com a morte da filha, um pai procura um médium para entender o ocorrido. Reavivadas, as memórias de cada um trazem à tona uma série de fatos sobrenaturais, pincelados por humor ácido

CONFIRA ENTREVISTA COM DIRETOR ALEXANDRE TENÓRIO

Guia Folha - Quantas peças de Ayckbourn você já montou?
Alexandre Tenório - Quatro. Logo que saí da escola de teatro no Rio de Janeiro, meu primeiro trabalho profissional foi uma peça do Ayckbourn, "Gente Fina É a Mesma Coisa". Eu 2010, eu montei "A Serpente no Jardim" e, em 2011, "Isso É o que Ela Pensa".

O que mais o interessa no trabalho desse dramaturgo?
Ele me surpreende sempre, porque a variedade de temas que ele aborda é muito ampla. E ele faz isso de uma forma muito característica dele. Mas essa forma não é estática, ela tem variantes. Mas o que eu realmente tenho curtido é ver as linhas que unem os personagens de uma peça na outra. Tem, por exemplo, conceitos e ideias de "Isso É o que Ela Pensa" que voltam em "Assombrando Julia".

"Assombrando Julia" é uma peça mais sombria de Ayckbourn?
Sim. É uma peça que tem a morte o tempo todo na parada. Não que ele já não tenha abordado esse tema, mas, como ele queria escrever uma peça de terror, ele relacionou esse tema. Embora ela tenha muito humor, porque os personagens não deixam de ser personagens de Ayckbourn. O humor vem de coisas mais cotidianas.

Na sua encenação, como você cria a atmosfera de suspense?
A gente tá encarando os personagens de uma forma muito séria. A gente não está preocupado em fazer graça, mas parece que é assim que conseguimos criar o humor. E o palco em que apresentamos é pequeno, e a intenção é dar um caráter íntimo à encenação, como se o espectador estivesse assistindo por um buraco de fechadura. E, claro, há truques teatrais feitos para levar a plateia ao susto.

Semelhante ao que era feito em "A Serpente no Jardim"?
Sim. As duas peças integram uma trilogia com temática sobrenatural. Primeiro vem "Assombrando Julia", depois "A Serpente no Jardim" e, em seguida, "Vida e Sorte". Elas foram escritas em um intervalo de dez anos entre uma e outra. Como "Assombrando Julia" é a primeira, ele usa muitos truques que ele viu na peça "A Mulher de Preto", adaptação do livro de Susan Hill, (que recentemente virou filme, estrelado por Daniel Radcliffe). Depois, em "A Serpente...", ele começa a experimentar outras coisas. Depois chega em "Vida e Sorte", a mais cômica das três.

Informe-se sobre a peça

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