"Quando alguém diz que um quadro meu é lindo, tenho vontade de vomitar", diz o personagem Mark Rothko em cena da peça "Vermelho", avaliada com três estrelas pelos críticos da Folha.
As últimas sessões ocorrem de quinta (26) a domingo (29), no teatro Geo (zona oeste de São Paulo), com ingressos de R$ 50 a R$ 120 (acesse o site oficial para comprar as entradas).
O pintor russo naturalizado americano (1903-1970), interpretado por Antonio Fagundes, critica o fato de que tudo é lindo e legal "hoje em dia", referindo-se aos anos 1950, quando se passa a história. "O que você achou disso? Legal. Vamos jantar? Legal."
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É sobre os questionamentos de Rothko em relação à arte que fala o espetáculo, escrito pelo norte-americano John Logan, responsável por roteiros de grande sucesso no cinema, como "Gladiador" (de Ridley Scott) e "O Aviador" (de Martin Scorsese).
Bruno Fagundes, que divide o palco com o pai, dá vida a um assistente e aspirante a artista que chega para trabalhar com o pintor. Seu jeito moderno, paciente e otimista contrasta com a figura rígida e hostil de Rothko.
Sobre a cor vermelho, por exemplo, o pintor diz que simboliza sangue, Satan, morte. Já o ajudante se lembra de paixão, batom, Papai Noel. Os diálogos cheios de embate entre os dois servem para confrontar duas visões distintas em relação ao cenário artístico de Nova York.
Premiada na Broadway (recebeu seis prêmios Tony na temporada de 2010), a peça conta com direção de Jorge Takla. O cenário, grandioso, reconstrói o estúdio de Rothko e é decorado com reproduções de algumas de suas pinturas.
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