Bárbara Paz diz interpretar 'o próprio erotismo' em comédia com direção de Hector Babenco

Segunda parceria entre o diretor Hector Babenco e a atriz Bárbara Paz, a peça "Vênus em Visom" estreia em São Paulo na sexta (28) após temporada no Rio de Janeiro.

O espetáculo, uma comédia com doses de erotismo, está em cartaz no teatro Vivo (zona sul de São Paulo) e os ingressos custam de R$ 50 a R$ 60.

O enredo traz Bárbara no papel de uma jovem atriz que almeja interpretar Wanda, protagonista de "Vênus em Visom" —adaptação do texto de Leopold Ritter Von Sacher-Masoch (1836-1895), autor que deu origem ao termo masoquismo.

No dia do teste de elenco, porém, o diretor que a avalia (André Garolli) diz que ela não tem perfil para viver a personagem. Para convencê-lo do contrário, a atriz inicia um jogo de sedução, marcado por cenas cômicas e doses de erotismo.

"A montagem é uma metalinguagem de teatro, uma peça dentro da peça", explica a atriz,

Indicada ao Prêmio Shell-RJ por sua atuação, Bárbara conversou com o "Guia" antes da estreia na capital paulista.

ABAIXO, LEIA A ENTREVISTA COM BÁRBARA PAZ:



"Guia" - O que muda com a chegada a São Paulo?
Bárbara Paz - Demos uma melhorada na luz e fizemos algumas pequenas alterações. A mudança radical foi a troca do ator [no Rio, Pierri Baitelli interpretava o diretor]. Quando isso ocorre, é sempre um novo espetáculo, um novo jogo que se estabelece em cena.

Como é dividir o palco com o André Garolli?
Já fiz várias peças com ele. Nos conhecemos do Grupo Tapa, com o qual fizemos "Os Sete Gatinhos" [de Nelson Rodrigues] e "As Viúvas", de Arthur de Azevedo. Temos uma química boa em cena, o que foi muito positivo.

Há doses de erotismo e masoquismo na peça. Como trabalhar esses temas?
A peça é mais um jogo, uma metalinguagem de teatro, uma peça dentro da peça. Essa dose de erotismo vem porque o diretor está montando "Vênus em Visom. Tudo, porém, tem um tom de humor. Ao mesmo tempo, ela vai para os anos 1870 e volta para os tempos de hoje. Quando havia mais erotismo, hoje ou em 1870?. Ficamos nesta dúvida, porque naquela época tinha outra dose de erotismo. Hoje, ele está solto por aí, como a personagem que vai fazer o teste. Ela é o próprio erotismo.

Como você construiu a personagem?
A peça é sobre o que é verdade e o que é mentira. Tive que trabalhar com a nossa verdade: ela está lá para fazer um teste para um papel. A segunda camada é: ela já foi preparada? A terceira é: ela quer seduzir o diretor? Nós não sabemos. Nem o público. A peça é uma grande incógnita. Foi a forma como lemos e traduzimos a peça. Não assistimos à montagem da Broadway. Construímos o espetáculo a partir do texto e ele trouxe essa dúvida. Brincamos com o masculino e o feminino, com a verdade e a mentira, com a chanchada e o drama.

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