Em outubro de 1941, um batalhão russo foi deslocado para uma estrada próxima à cidade de Wolokolamsk para tentar conter o avanço do exército nazista, muito maior e melhor equipado, sobre a cidade de Moscou.
A resistência soviética que, apesar das mortes e deserções, superou o frio e as investidas violentas do inimigo –e conseguiu conter o avanço dos nazistas– é um dos momentos retratados no livro "A Estrada de Wolokolamsk", do russo Alexander Bek, adaptado para o teatro pelo alemão Heiner Müller.
A peça homônima, que estreia nesta sexta (29) no Teatro Cacilda Becker, sob direção de Esther Góes e Ariel Borghi, se divide em cinco quadros independentes, cujos acontecimentos se passam ao longo de décadas. A montagem começa durante a batalha de Moscou e vai até o momento de ruptura entre as camadas dirigentes da Alemanha Oriental e a subsequente implosão do sistema, retratada com melancolia pelo autor.
A peça é resultado do evento "O Teatro de Heiner Müller e 'A Estrada de Wolokolamsk'", conduzido por Góes e Borghi no ano passado, que contou com palestras, leituras dramáticas e discussões sobre as cenas do texto.
Como não há personagens femininas na peça, a atriz, que além de dirigir também atua, se aproveita do tom surrealista da trama para interpretar três comandantes homens.
Teatro Municipal Cacilda Becker - R. Tito, 295, Vila Romana, região oeste, tel. 3864-4513. 198 lugares. Sex. e sáb.: 21h. Dom.: 19h. Estreia 29/9. Até 29/10. Ingresso: R$ 20.
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