Aqueles que já foram ao circo têm uma imagem mais ou menos feita dos artistas do picadeiro: palhaços, dançarinos, malabaristas e equilibristas usando roupas coloridas, maquiagem e, às vezes, até peruca. Outra característica marcante, mas que pouca gente percebe, é que a maior parte desses artistas é homem. O espaço das mulheres no circo tradicional parece reservado a tipos específicos, como a mulher barbada ou a ajudante do mágico.
A companhia canadense Cirque du Soleil –que volta ao Brasil depois de quatro anos– notou isso e criou, em 2012, "Amaluna", seu primeiro espetáculo com elenco majoritariamente feminino (65% dos atores são mulheres). Após passar por dez países, a turnê chega ao parque Villa-Lobos nesta quinta (5).
A trama, inspirada em "A Tempestade", de Shakespeare, e em "A Flauta Mágica", de Mozart, se passa na ilha fictícia de Amaluna, governada por deusas. Durante as comemorações da passagem da princesa Miranda à vida adulta, a rainha Prospera provoca uma tempestade que acaba fazendo um grupo de rapazes aportar na ilha. Miranda se apaixona por um deles e tem de passar por uma série de provações para que possa viver esse amor.
Ama da princesa, a atriz Gabriella Argento, que atua na cena circense há mais de uma década, é uma das duas brasileiras do elenco. Ela diz perceber uma abertura maior às mulheres no meio. "Hoje, elas vêm executando os mesmos números que antes eram executados apenas por homens, com a mesma força e talento."
Para ela, apesar de ter sido criado em 2012, o show é atual e vai ao encontro da discussão de gênero no meio artístico. "Espero que esse espetáculo, que honra e homenageia a energia feminina, consiga ajudar a dissipar o preconceito", diz.
Pq. Villa-Lobos - Av. Prof. Fonseca Rodrigues, 2.001, Alto de Pinheiros. 2.482 lugares. Ter. a sex.: 21h. Sáb.: 17h30 e 21h. Dom.: 16h e 19h30. Estreia 5/10. Até 17/12. Ingr.: R$ 250 a R$ 450 p/ tudus.com.br.
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