Fique em casa: Teatro Vivo estreia projeto com lives de monólogos

Encenadas na casa dos atores, peças têm público limitado a 200 pessoas

-
São Paulo

A experiência de se sentar na plateia de um teatro e esperar as cortinas se abrirem para desfrutar um espetáculo é impensável no contexto de distanciamento social imposto pelo novo coronavírus.

Ainda assim, algumas iniciativas tentam reproduzir a sensação do "ao vivo", como projeto o Teatro Vivo em Casa, do Teatro Vivo, a partir deste sábado (20), às 20h.

A ideia é transmitir diretamente da casa dos atores, via Zoom, monólogos para no máximo 200 pessoas. As apresentações semanais não são gravadas, o que torna cada apresentação única, como no palco.

Quem abre os trabalhos é o inédito "O Homem de Lata", com Mouhamed Harfouch. A programação ainda conta com outros quatro monólogos, interpretados por Elias Andreato, Cássio Scapin, Luciana Carnieli e Lena Roque.

De acordo com Marina Daineze, diretora de imagem e comunicação da Vivo e responsável pela iniciativa, esta é uma maneira de aproximar as pessoas do teatro e incentivar a produção nesse momento delicado da pandemia.

A seleção das peças, feita com curadoria de André Acioli, priorizou temas intimistas que não tivessem prejuízo de serem interpretadas no ambiente adaptado das casas dos atores. Uma das estratégias que ajuda na ambientação é a apresentação de um trecho de música no início de cada espetáculo.

"O Homem de Lata", que estreia o projeto neste sábado (20), conta a história de um músico que se dedica à composição de jingles enquanto sua carreira na MPB não decola.

No sábado seguinte (27), Elias Andreato apresenta "Pessoa", monólogo inédito inspirado na obra "O Marinheiro", de Fernando Pessoa.

Em 4 de julho, Lena Roque dá vida a uma mulher independente em busca do homem ideal em "Louca de Amor, Quase Surtada", peça que compõe seu repertório.

Terceira montagem inédita da programação, "Os Malefícios do Fumo", com Cássio Scapin, é apresentada no dia 11 de julho. A obra de Anton Tchékhov acompanha um homem frustrado que é obrigado a apresentar uma conferência sobre os problemas do tabaco, um de seus únicos prazeres.

O último espetáculo confirmado é "Meu Abajur de Injeção", a ser encenado por Luciana Carnieli em 18 de julho. A peça autoral homenageia a atriz Cacilda Becker, morta em 2019.

"Enquanto não podemos retomar as apresentações tradicionais dos espetáculos, buscamos soluções criativas para levar arte para mais gente", diz Daineze, que não descarta a possibilidade de prolongar o projeto de lives de monólogos durante a quarentena.

Nas quintas que antecedem as apresentações, o perfil @vivo.cultura, no Instagram, divulga dados da peça e um site para cadastro. Os interessados recebem então um link para acesso.

O Homem de Lata
A partir de sáb. (20), às 20h. Inscrições no Instagram @vivo.cultura. Grátis.

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas

Ver mais