A relação dos índios com a morte volta a ser mote da Cia. Livre. Mas, para o grupo da diretora Cibele Forjaz, retornar ao tema central de "VemVai - O Caminho dos Mortos" nem sequer resvala no temor da repetição.
Em "Raptada pelo Raio", trabalho que estreou nesta sexta-feira (1º), o cunho antropológico continua presente. A estrutura narrativa, porém, recebe contornos novos e mais simples, já que se centra sobre uma única história.
Originária do povo marubo, a lenda de Kaná Kawã se aproxima do mito grego de Orfeu ao tratar de um homem que atravessa vários mundos e conhece muitos povos na tentativa de resgatar sua amada, levada por um raio. "Essa é uma travessia de multiplicidade, na qual ele se vê diante de vários pontos de vista", pontua Cibele.
Com montagens marcadas pela intensa relação com a plateia, a diretora lança mão de uma abordagem mais sutil, convidando o público a uma "viagem sensorial", com direito a músicas e redes de balanço. "Não é por meio da racionalidade que virá o entendimento dessa peça. A imaginação aqui é mais importante", diz a diretora.
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