O ator Saulo Vasconcelos veste uma roupa peluda de 12 quilos para se transformar no velho gato Deuteronomy, do musical "Cats". E ele fica assim por cerca de 15 horas por semana --são 6 sessões de 2h30 cada. "Morro de calor, principalmente quando o ar-condicionado do teatro não funciona", conta em entrevista ao Guia.
Com dez anos de carreira, o artista --que divide o palco com Paula Lima e outros 37 atores-- diz que a interação dos "gatos" com a plateia encanta adultos e crianças, e que os fãs conseguem reconhecê-lo apenas pela voz: "É incrível!".
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O espetáculo é o segundo mais visto da Broadway, estreou em São Paulo no início de março e fica por mais duas semanas em cartaz (até o próximo dia 19). Abaixo, veja o bate-papo com Saulo Vasconcelos, que já protagonizou "O Fantasma da Ópera" e "A Bela e a Fera".
Guia Folha - Quanto pesa sua roupa? Você não morre de calor?
Saulo Vasconcelos - Medi outro dia e deu 12 quilos. Morro de calor, principalmente quando o ar-condicionado do teatro não funciona. E as pessoas ainda vêm passar a mão no figurino, quando me visitam no palco [no intervalo, Saulo fica tirando fotos]. Eu sempre peço pra elas colocarem a mão por baixo e sentirem o suor na pele. Elas ficam impressionadas em ver como eu estou suado. Vida de ator de musical nunca é fácil (risos).
Guia - Esta é uma versão mais moderna de "Cats". Qual a principal mudança?
Saulo - Foi estabelecido que nunca se pode perder a felinidade no corpo. Em produções passadas, isso não era tão levado a sério. Aqui, no Brasil, nós sempre tínhamos que fazer exercícios de improvisão de movimentos felinos, tanto em quatro patas, como em duas. A preocupação com esse detalhe, de não relaxar e acabar ficando muito humano, foi o grande diferencial dessa produção e de nosso diretor, Floriano Nogueira.
Guia - O que você acha que mais impressiona o público?
Saulo - As músicas são muito animadas e pra cima, contagiam bastante o público. A combinação de figurino e maquiagem também chama muito a atenção. O cenário também é muito rico em detalhes --apesar de se passar num lixão, as pessoas ficam admiradas com a variedade de "porcarias" jogadas: temos um pneu de carro gigante, um fogão, um porta-mala de um carro. Tudo isso num tamanho proporcional à altura dos atores gatos. É muito interessante. E a interação encanta igualmente os adultos e crianças.
Guia - Muitas pessoas já assistiram a várias peças suas, mas talvez não reconhecessem você na rua. Isso é bom ou ruim?
Saulo - É bom. Sempre bom! Eu sou, digamos assim, suficientemente reconhecido e prestigiado. Tem pessoas que vão ver "Cats" e me reconhecem pela voz. Dá pra acreditar? É incrível! Elas chegam perto de mim, maquiado da cabeça aos pés, irreconhecível, e perguntam: "Você é o Saulo?? Uau! Sou seu fã!" E eu fico impressionado. E eu fico feliz em ser reconhecido, claro! Que artista não fica? Quem diz que não, está mentindo.
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