"Vinha muito aqui com meu marido, logo no começo [do bar]", lembrou a paulistana Hester Cianciarullo, 80, enquanto aguardava a apresentação d'Os Demônios da Garoa, no salão principal do boteco.
Sessentão, o Bar Brahma guarda toda a pompa dos anos 1950 e 60, com lustres de cristal, cortinões e pianos de cauda --nem parece que chegou a fechar as portas na década de 90. Reabriu em 2001 depois de uma reforma e, desde então, recebe em seu palco diversos nomes da MPB.
O bar é sempre lembrado quando o assunto é boêmia, seja pela música, pelo nome, ou pela tradição. Consagra-se, pelo segundo ano consecutivo, como vencedor na pesquisa Datafolha (ganhou nas categorias melhor bar, boteco chique, happy hour, chope e música ao vivo).
Senhores de meia-idade, idosos, estrangeiros e curiosos se misturam na casa, uma espécie de cartão-postal da cidade, cravado na mítica esquina das avenidas Ipiranga e São João. Na terça-feira em que o Guia esteve no boteco, recifenses, manauaras, gaúchos, capixabas, entre outros, de passagem pela cidade, ocupavam seus quatro ambientes. Assistindo sozinho aos Demônios, o documentarista alemão Michael Hesse, 26, não conhecia o bar. "Descobri por um taxista." E, pelo que parecia, a noite ia ser longa.
Comentários
Ver todos os comentários