O Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio de SP) autorizou nesta semana estudo para avaliar se o bar Ó do Borogodó, em Pinheiros, na região oeste, se enquadra na definição de espaço cultural histórico para tombamento.
O bar, por meio do Instituto Casa da Cidade, ONG com atuação em políticas urbanas, pediu ao conselho para ser considerado uma Zona Especial de Preservação Cultural, ou Zepec.
Segundo a legislação municipal, a Zepec se destina a espaços de interesse público relacionados às atividades desenvolvidas com valor afetivo, simbólico, histórico, memorial, paisagístico e artístico.
Foi o mesmo dispositivo usado na classificação do cinema Petra Belas Artes, em 2016.
Desde 2022, o Ó enfrenta processo de despejo. Stefânia Gola, dona do bar, recebeu o aviso de que os proprietários iriam pôr à venda o terreno com três construções —a do Ó, a de uma antiga barbearia e a de uma marcenaria, todas alugadas separadamente.
Gola soube da notícia quando manifestou a vontade de renovar o contrato de aluguel do local com mais de duas décadas de atividade e que, em 2021, mobilizou doações que fizeram com que todas as dívidas acumuladas na pandemia fossem pagas.
A resposta foi a de que o imóvel seria colocado à venda, e os donos queriam que o bar deixasse o ponto para acelerar o processo. "A gente até conseguiu um parceiro disposto e chegamos a fazer uma proposta de compra da parte que compreende o Ó, mas eles queriam vender os três imóveis", diz a dona.
Por isso, a estratégia de buscar a classificação como Zepec. O processo corre no conselho municipal de preservação com o número 6025.2023/0017665-3.
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