No Dia da Cachaça, conheça bares para provar drinques com o destilado além da caipirinha

Bebida ganha espaço na coquetelaria de São Paulo em receitas mais elaboradas

São Paulo

Pinga, cana, branquinha: não importa o apelido, a cachaça virou símbolo da cultura brasileira. O destilado tem até um dia próprio para ser celebrado, o Dia Nacional da Cachaça, neste 13 de setembro, data oficializada em 2009 pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac).

Há diversos fatores que atestam sua popularidade. A bebida, produzida a partir da cana-de-açúcar desde a época do Brasil Colônia, no século 16, é considerada patrimônio histórico e cultural nacional. É ainda o terceiro destilado mais vendido no mundo, segundo o Ibrac, atrás apenas da vodca e do soju, típico da Coreia do Sul.

Drinque com cachaça do Domo bar
Drinque cachaça acerola, do Domo bar - Divulgação

Por vezes associada a uma bebida barata e de pouca qualidade, a cachaça vem ganhado espaço como ingrediente de drinques em bares de coquetelaria paulistanos, em receitas mais elaboradas, para além da clássica caipirinha.

Segundo Néli Pereira, mixologista e autora do livro "Da Botica ao Boteco: Plantas, Garrafadas e a Coquetelaria Brasileira", essa quebra de preconceito na imagem da cachaça nos últimos anos está relacionada a fatores como a valorização do destilado fora do país e o trabalho de marcas artesanais.

O movimento é puxado também pela popularização de drinques que levam cachaça, como o macunaíma e o rabo de galo —reconhecido internacionalmente como um clássico na lista Internacional Bartender Association (Iba), ao lado da caipirinha.

"A cachaça já é popular. Esse preconceito que existe tem a ver com a falta de conhecimento que havia do destilado. As pessoas acham que um uísque caro é bom, mas que uma bebida de até R$ 50 não é boa", diz Néli. "Gosto de pensar a cachaça como parte de uma mudança de mentalidade que vem acontecendo, que é uma valorização do que é brasileiro."

Para comemorar a data, conheça dez bares em São Paulo que preparam drinques com cachaça para além da caipirinha.

Domo
O bar, eleito a melhor novidade do ano pelo especial O Melhor de São Paulo Gastronomia, tem quatro drinques com cachaça na carta, assinada pela bartender Mari Mesquita. O destaque é o rabo de galo (R$ 42), feito aqui com cachaça com café verde, vermute seco e bitter de folhas verdes. Outra sugestão é o chamado cachaça / acerola (R$ 42), com cachaça, vermute branco e conserva de acerola.
R. Major Sertório, 452, Vila Buarque, região central, @domobarsp


Espaço Zebra
A bartender Néli Pereira faz questão de ter três ou quatro drinques feitos com cachaça na sua carta, que costuma variar a cada semana. Podem aparecer o chamado padim (R$ 40), versão do godfather preparado com cachaça envelhecida em carvalho com amareto, e o rabo di gala (R$ 35), que leva cachaça com Cynar e licor de café.
R. Maj. Diogo, 237, Bela Vista, região central, @espacozebra. Sex. e sáb, a partir das 19h. É recomendável fazer reserva


Ixe
O restaurante dedicado aos sanduíches tem menu que destaca diversas opções de coquetéis feitos com cachaça, elaborada pela marca mineira Arbórea para a casa, a preços amigáveis. O destilado aparece em drinques como o chamado cafa (R$ 29), que combina maracujá, limão, cumaru e Lillet, aperitivo à base de vinho.
R. Cotoxó, 404, Pompeia, região oeste, tel. (11) 99739-5185, @ixesanduiches

Drinque com cachaça do Ixe Sanduíches
Cafa, drinque com cachaça do Ixe Sanduíches - Divulgação

Giro Bar
No bar badalado em Pinheiros, o moscow mule ganha uma releitura feita com cachaça de jambu, combinada a limão, açúcar e espuma de gengibre. Batizada de jambu mule, custa R$ 36. Outra opção autoral é o quero quero (R$ 32), que leva cachaça, maracujá com rapadura, limão e manjericão.
Av. Pedroso de Morais, Pinheiros, região oeste, @girobar_


Jiquitaia
A cachaça é a estrela da carta de drinques do restaurante de comida brasileira, um dos responsáveis por popularizar o destilado na cidade. Um dos clássicos da casa é o caju amigo (R$ 37), preparado com cachaça Princesa Isabel, compota de caju e limão. Há também uma seleção do destilado feita pela proprietária Nina Bastos para degustar em doses.
R. Cel. Oscar Porto, 808, Paraíso, região sul, tel. (11) 3051-5638, @jiquitaia


Oh Freguês
O endereço tradicional oferece na carta opções como o macunaíma, feito com cachaça Salinas Cristalina, limão, açúcar e fernet branca —custa R$ 24,90. O drinque, batizado em homenagem ao livro homônimo do escritor Mário de Andrade, é outro a popularizar o uso do destilado nos bares.
Largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, 145, Freguesia do Ó, região norte, tel. (11) 3034-1143, @ohfregues


Pirajá
O bar, inspirado na boemia do Rio de Janeiro, prepara caipirinhas, batidas e drinques como o cajú amigo usando uma linha própria de cachaça, produzida em parceria com a marca Santo Grau. Há ainda uma seleção ampla do destilado para provar em dose ou comprar em garrafa.
Av. Otto Baumgart, 500, Vila Guilherme, região norte, tel. (11) 3195-5484, @barpiraja


Preto Cozinha
O restaurante do chef baiano Rodrigo Freire destaca diferentes tipos de cachaça em drinques autorais como o Madame Satã, preparado com cachaça Batista branca com infusão de café, Campari e vermute tinto. O caju brother leva o destilado com cajuína, limão-cravo e compota de cajú, gaseificado com hortelã. Ambos custam R$ 44. O speakeasy do restaurante, Nada, também oferece opções com o destilado.
R. Fradique Coutinho, 276, Pinheiros, região oeste, @preto.cozinha

Drinques com cachaça do restaurante Preto Cozinha
Drinques caju brother, do restaurante Preto Cozinha - Lais Acsa/Divulgação

São Conrado
O mixologista Laércio Zulu é o responsável pela carta de drinques do bar com clima carioca. Zulu é o autor do banzeiro, coquetel que também ajudou a popularizar a cachaça para além da caipirinha. A receita é preparada com o destilado armazenado em madeira amburana, vinho tinto, limão, açúcar e espuma de gengibre e custa R$ 32,90.
R. Lopes Neto, 30, Itaim Bibi, região oeste, tel. (11) 3167-7774, @saoconradobar


Soul Botequim
Entre os drinques autorais que levam cachaça está o chamado rapsódia tupiniquim (R$ 37), que combina o destilado com aguardente com alcatrão, shrub de maracujá e, para finalizar, uma fatia de bacon. O bar também oferece uma carta variada de cachaças nacionais para degustar em doses.
Av. Padre Antônio José dos Santos, 812, Cidade Monções, região sul, tel. (11) 3297-0006, @soulbotequim

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