Júri aponta 'Devolve 2 Horas...' como melhor espetáculo de dança; público elege 'Ngali'

Na eleição de melhores eventos de 2016, os especialistas convidados pelo "Guia" apontaram "Devolve 2 Horas da Minha Vida"como o melhor espetáculo de dança do ano.

A montagem ficou à frente de um empate entre quatro espetáculos na 2ª colocação, e de outro empate, entre cinco montagens, no 3º lugar. Veja abaixo os votos que cada um recebeu.

Em "Devolve 2 Horas da Minha Vida", um recurso simples de projeção pôs em cena janelas povoadas por bailarinos iluminados, dando conta de situar o trabalho na atmosfera cinematográfica que evoca "Janela Indiscreta", de Hitchcock, e coloca o espectador no lugar do voyeur.

A edição de melhores do ano do "Guia", que circula nesta sexta-feira (30), apontou os destaques da vida cultural paulistana em 2016, em 16 categorias. Conheça todos os vencedores aqui.

Na eleição feita entre os leitores, quem se deu melhor entre os espetáculos de dança foi "Ngali", da São Paulo Companhia de Dança, que recebeu 45% dos votos. Veja aqui o resultado da eleição popular.

Sao Paulo, SP, Brasil. Data 07-10-2016. Espetaculo Devolva duas horas da minha vida. Bailarinos/Atores Maria Basulto (roupa rosa/alças pretas) e Wilson Aguiar (camiseta vinho de manga curta). Centro C
Maria Basulto e Wilson Aguiar em cena de 'Devolve 2 Horas da Minha Vida' - Lenise Pinheiro/Folhapress



1º lugar (4 pontos): "Devolve 2 Horas da Minha Vida"

2º lugar (empatados com 3  pontos): "Dançographismus IV", "Meguri", "Breve Compêndio para Pequenas Felicidades..." e "Titan"

3º lugar (empatados com 2 pontos pontos): "O Quebra-Nozes", "Pivô", "Take a Deep Breath...", "Ngali" e "Trança"


- Amanda Queirós, editora de cultura do "Metro Jornal"

1º lugar: "Devolve 2 Horas da Minha Vida". Obra incomoda com retrato perturbador do voyeur-tecnológico —e isso não é pouco

2º lugar: "Trança". Domínio absurdo dos movimentos hipnotiza o olhar nesta peça conduzida pela luz

3º lugar:  "Procedimento 2 para Lugar Nenhum". Sofisticado discurso sobre o corpo no tempo: mesmo parado, ele se transforma

Pior do ano: Cancelamento do Festival O Boticário na Dança. Entre erros e acertos, evento ampliou horizontes ao trazer obras inéditas ao país


- Hellen Caras, diretora do Espaço Clássico São Paulo

1º lugar: "Dançographismus IV". A coreografia Menina Gigante é uma delicadeza em forma de movimentos, bailarinos com paixão e vigor

2º lugar: "O Quebra-Nozes". Pela resistência de ser a única cia. mantendo a tradição do sonho de Natal, ótimos solistas internacionais

3º lugar: "Relações Adversas". Companhia jovem, contempla boas ideias e sangue novo na cena paulista, grata surpresa

Pior do ano: Agonia do Ballet Stagium para não fechar. Uma cia. que faz parte da história da dança nacional vive de passar pires para pedir ajuda


- Iara Biderman, colaboradora da "Ilustrada"

1º lugar: "Meguri". Viagem deslumbrante às profundezas do ser e ao mar de sutilezas do novo butô

2º lugar: "Pivô". Aventura com final feliz coloca hip-hop na ópera e basquete no balé

3º lugar: "Antônia". Coletivo de corpos e gêneros dançando a força feminina dos furacões

Pior do ano: "VeRo". Anunciado como nova criação, não passou de um mexidão dos (bons) Velox e Rota


- Katia Calsavara, jornalista e atriz

1º lugar: "Breve Compêndio para Pequenas Felicidades e Satisfações Diminutas". Boa mescla de coreografia e sensibilidade

2º lugar: "Take a Deep Breath - Work in Progress". Pesquisa fora do espaço convencional

3º lugar: "Devolve 2 Horas da Minha Vida". Mesmo com erros, arriscar faz bem

Pior do ano: A quase extinção do Ministério da Cultura. Um mico sem tamanho


- Maria Pia Finnóchio, presidente do Sinddança

1º lugar: "Titan". Música ao vivo interessante fala sobre sentimentos humanos

2º lugar: "Ngali". Música brasileira, sensual, muitas formas de amar, abrangendo dança contemporânea, dança de salão etc.

3º lugar: "Preludiando". Música erudita do maestro Cláudio Santoro. Leve, com garra e bom entrosamento do grupo

Pior do ano: Descaso com grupos de dança de São Paulo. O Ballet Stagium ficou sem verbas, e o projeto Joaninha, sem local para aulas e apoio financeiro


CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

Cada integrante do júri elegeu três destaques em ordem de preferência. Foram distribuídos pontos da seguinte maneira:

1º lugar = 3 pontos
2º lugar = 2 pontos
3º lugar = 1 ponto

Os vencedores foram determinados pela soma dos pontos dos eleitos de cada jurado. Não houve desempate. Os jurados também puderam indicar, em suas categorias, o pior do ano (alguns preferiram não fazê-lo).

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