De certas poltronas, público de 'Hora Amarela' não vê boa parte da peça

Os atores de "Hora Amarela" não têm nada a ver com isso, e estão muito bem na peça, aliás. Mas quem foi assistir ao espetáculo no fim de semana passado, de estreia, no Sesc Bom Retiro (centro de São Paulo) e ficou nas poltronas da ponta esquerda não conseguiu ver boa parte das cenas. Eu fiquei na penúltima do canto e perdi muita coisa.

Na parte final, por exemplo, o personagem de Darlan Cunha aparece em cena, calado, e fica assim por uns cinco minutos ou mais. Só fui perceber que ele já estava no palco quando ele começou a falar. Daí ouvia a voz, não via nada.

No cenário também tem uma banheira. Só que quem fica nas extremidades só vê um pedacinho dela, e muitas cenas são lá. O rapaz ao meu lado, por exemplo, só vai saber que tinha banheira se ele procurar foto na internet.

Crédito: André Wanderley/Divulgação Cena da peça "Hora Amarela", com Deborah Evelyn e Darlan Cunha

A produção do espetáculo diz que eles detectaram alguns lugares com visibilidade parcial e que, por isso, optaram por bloquear esses lugares na plateia. Mas que, na primeira semana, acabaram liberando alguns desses assentos com a intenção de acomodar todo o público. Agora, entretanto, os lugares só serão liberados após aviso a autorização do espectador.

Já Renato Pereira, assessor do Sesc, afirma que eles têm muito cuidado com o bem-estar do público e que todos os lugares com baixa visibilidade estão bloqueados para compra no site —e que eles são vendidos pela metade do preço, no Sesc, mas somente após o espectador ser avisado. Daí fica a critério dele escolher ou não ficar ali.

Na semana passada, duas pessoas que também estavam do lado esquerdo disseram que não foram avisadas que a visão do palco não era total. Em todo caso, a dica é comprar ingresso mais para as posições centrais.

SINOPSE

A peça, que estreou em 2012 em Nova York, mostra um futuro terrível provocado por uma guerra entre os Estados Unidos e uma potência desconhecida. Na história, Ellen está há três meses escondida no porão de seu prédio, ainda com esperança de rever seu marido desaparecido.

Ela é surpreendida com a chegada de algumas pessoas, como um fugitivo sírio que não consegue se comunicar por não falar outra língua. Em meio a uma situação cada vez mais desoladora, ela tenta sobreviver. No elenco estão Deborah Evelyn, Isabel Wilker, Michel Bercovitch, Darlan Cunha, Daniel Infantini e Daniele do Rosario. A direção é de Monique Gardenberg.

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Crédito: Lenise Pinheiro/Folhapress As atrizes Deborah Evelyn (esq.) e Isabel Wilker em cena da montagem "Hora Amarela", dirigida por Monique Gardenberg

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