Grandes grupos de dança participam de festival a R$ 20; veja vídeos

Entre os dias 1º e 6 de maio, o Auditório Ibirapuera (zona sul de São Paulo) recebe a primeira edição do Festival O Boticário na Dança. Seis companhias --quatro internacionais (todas inéditas no Brasil) e duas nacionais-- integram a programação, um apanhado da produção contemporânea atual.

Os ingressos para cada sessão custam R$ 20 e estão à venda pelo site da Ingresso.com. Depois de São Paulo, o festival segue para o Rio de Janeiro (de 4 a 8/5 no Theatro Municipal) e para Curitiba (de 7 a 9/5 no Teatro Guaíra). Acesse o site do evento para mais informações.


Com curadoria do alemão Dieter Jaenicke e da brasileira Sheyla Costa, a programação traz um apanhado de importantes nomes da dança contemporânea.

"A dança contemporânea hoje em dia tem uma enorme criatividade, muitos caminhos e linguagens diferentes. E a gente queria mostrar isso. Além de trazer espetáculos de alto nível e de muita beleza", explica Jaenicke.


CONFIRA A PROGRAMAÇÃO

Dias 1º e 2: A companhia sino-americana Shen Wei Dance Arts traz "Folding" e "A Sagração da Primavera"
Dia 3: A companhia britânica Hofesh Shechter apresenta com "Political Mother"
Dia 4: O grupo belga Peeping Tom mostra "32 Rue Vandenbranden"
Dia 5: O grupo neoclássico esloveno Ballet Maribor encena "Radio and Juliet"
Dia 6: A goiana Quasar Cia. de Dança apresenta "No Singular". Depois, o fluminense Grupo de Rua, do coreógrafo Bruno Beltrão, traz "H3"

As sessões acontecem sempre às 21h


ENSAIO ABERTO

No dia 1º/5, às 15h30, o grupo Shen Wei fará um ensaio aberto gratuito. É preciso retirar os ingressos uma hora e meia antes da sessão, na bilheteria do Auditório Ibirapuera.

Leia abaixo o comentário dos curadores do festival sobre os espetáculos e assista a vídeos de algumas montagens.

Informe-se sobre o evento


OS CURADORES DIETER JAENICKE E SHEYLA COSTA COMENTAM AS COMPANHIAS:

SHEN WEI DANCE ARTS

Shen Wei é um chinês que vive e trabalha em Nova York. Acho que ele representa perfeitamente uma mistura e um encontro entre elementos orientais e ocidentais. Ele faz uma dança contemporânea em Nova York, num contexto totalmente ocidental, mas com espírito da China, com um espírito oriental. Ele também tem capacidade de criar espaços no palco, não só pela dança, mas também pela luz e pela cenografia.

Ele apresenta duas coreografias. "A Sagração da Primavera" é um dos clássico da dança, de Stravinsky, e ele [Shen Wei] a interpreta de uma maneira bem diferente. "A Sagração", como é muito curta, sempre precisa combinar com alguma coisa. E essa combinação, "Folding", mais contemporânea ainda, mostra diferentes propostas artísticas dele.




HOFESH SHECHTER

Hofesh Shechter é um coreógrafo israelense que trabalha no Reino Unido. Ele faz uma combinação de rock n' roll ao vivo, no palco, com dança contemporânea. Eu diria, mais que rock n' roll, quase heavy metal. São guitarras e baterias no palco fazendo uma música muito forte, muito rítmica.

E os bailarinos têm a força do rock n' roll no palco. Eles dançam de forma muito agressiva. Tudo é muito rápido, perfeito. E com uma energia e uma dinâmica incríveis. Com o espetáculo "Political Mother", ele teve um sucesso incrível em toda a Europa. Eu acho uma proposta bem nova e muito diferente para o Brasil.

Crédito: Gabriele Zucca/Divulgação Companhia britânica Hofesh Shechter em cena da coreografia "Political Mother", que integra a programação do 1º Festival O Boticário na Dança


PEEPING TOM

A companhia belga é quase o oposto de Shechter. Tudo é muito poético e tem uma grande cenografia. É uma companhia que, com todas as suas peças, conta histórias. E normalmente a dança contemporânea é mais abstrata.

Eles contam a história de uma pequena comunidade e das pessoas que vivem lá. Eles contem isso com movimento e muitas pequenas surpresas. Eles usam elementos de mágica com os corpos. E os bailarinos deles são incríveis. Eles criam um mundo mágico no palco, que é muito bonito, muito poético e muito inteligente.



BALLET MARIBOR

Queríamos quebrar o estigma de diferença entre balé clássico e dança contemporânea. Na realidade não é assim. Entre o balé e a dança ainda tem muita correspondência. O Ballet Maribor, companhia eslovena neoclássica, tem uma linguagem de balé bem contemporâneo. Não dá para definir quando é clássico ou quando é contemporâneo.

E a Eslovênia tem provavelmente a área da dança contemporânea mais forte e mais interessante de todo o leste europeu. Em "Radio and Juliet", uma versão de "Romeu e Julieta", de Shakespeare, com músicas da banda Radiohead, não dá para o balé clássico de "Romeu e Julieta".

Eles releem a história em vários níveis, o que é interessante. E a música ajuda muito nisso.



QUASAR CIA. DE DANÇA

A goiana Quasar, dirigida por Henrique Rodovalho, é uma companhia que muita gente já ouviu falar e tem inclusive um trabalho no exterior muito sólido. O trabalho deles é muito forte, muito bonito e é uma das melhores companhias de dança contemporânea do Brasil. Eles apresentam o último trabalho deles, "No Singular", sobre as relações na vida contemporânea.

Crédito: Divulgação Companhia goiana Quasar em cena da coreografia "No Singular", que integra a programação do 1º Festival O Boticário na Dança


GRUPO DE RUA

Nos festivais internacionais, o fluminense Grupo de Rua, dirigido por Bruno Beltrão, "está bombando". É um grupo que é mais conhecido fora do Brasil do que aqui.

A companhia tem uma proposta muito ousada: usa dança de rua, o hip-hop, com a dança contemporânea. Ele vem criando uma carreira internacional brilhante.

Achamos que seria uma boa oportunidade de mostrar no Brasil o último espetáculo deles, "H3", que é maravilhoso, no Brasil. E assim também entra o mundo do hip-hop, da dança de rua na proposta do festival. Ele [Bruno Beltraõ] é certamente um dos grandes coreógrafos no mundo hoje em dia.

Crédito: Divulgação Companhia fluminense Grupo de Rua em cena da coreografia "H3", que integra a programação do 1º Festival O Boticário na Dança


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