Um dos maiores nomes da dança moderna, a Alvin Ailey American Dance Theater retorna ao Brasil e se apresenta de quinta-feira (dia 19) a domingo (22) no Credicard Hall (zona sul de São Paulo). Ao todo, serão seis sessões.
Os ingressos custam entre R$ 75 a R$ 320 e estão à venda pelo telefone 4003-5588, pelo site da Tickets for Fun ou na bilheteria.
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Com elenco conhecido por sua alta técnica e trabalhos de grande energia, a companhia tem repertório que une dança moderna à tradição afro-americana. Fundado por Alvin Ailey em 1958, o grupo nova-iorquino foi um dos primeiros a abrir as portas a bailarinos negros.
A trupe encena em São Paulo dois programas. O primeiro tem "Petite Mort", de Jirí Kylián, "Takademe", de Robert Battle, "Grace", de Ronald K. Brown, e "Revelations", de Alvin Ailey. Já o segundo traz "From Before", de Garth Fagan, "Strange Humors", de Battle, "Minus 16", de Ohad Naharin, e novamente "Revelations".
CONFIRA ENTREVISTA COM ROBERT BATTLE, DIRETOR ARTÍSTICO DA COMPANHIA:
Guia Folha - Alvin Ailey criou uma linguagem bastante peculiar, unindo dança moderna à tradição afro-americana, sem soar folclórico. Como você resume a obra de Ailey?
Robert Battle - Acho que há muito do jazz e uma fusão de diferentes estilos, do balé clássico à técnica de Horton --o mentor de Ailey foi Lester Horton-- e de influências de Martha Graham e Jack Cole. Então é uma mistura de jazz, danças africanas e outras técnicas.
O que bailarinos precisam ter para entrar na companhia?
Eles têm que estar abertos a diferentes estilos. É preciso ter o alinhamento do balé clássico e a isolação da dança moderna e ir de um hip-hop a uma obra clássica. Mas o ingrediente principal é a alma. Eles precisam conversar com o público, isso é um dos fundamentos da companhia. Técnica é maravilhoso, mas nem todo bailarino técnico é um comunicador.
Apesar de ter criado muitas coreografias, Ailey nunca quis que sua companhia fosse apenas um meio de mostrar seu trabalho, e o grupo encena obras de diversos autores. Em geral, que tipo de coreógrafos vocês procuram?
Um importante aspecto da companhia é que ela foi uma das primeiras a ser um grupo de repertório. Para que as obras permaneçam frescas e que haja novas ideias e interpretações de coreografias. Então tento encontrar coreógrafos que desafiem os bailarinos e o público. E eles têm estilos bastante distintos. "Minus 16", de Ohad Naharin, é muito diferente de "Revelations". Mas o que os une é o fato de a plateia se engajar de maneira bastante profunda.
Como vocês pensam nos programas que apresentam?
Nunca penso muito onde vamos apresentar, mas gosto de mostrar uma variedade para que a plateia presencie um pouco da história do grupo e um conjunto de trabalhos balanceado. O que eu adoro sobre o programa é que há diversidade, há sempre algo para todo mundo.
"Revelations" (1960) é um marco na carreira de Ailey e resume muito sua obra. Como você vê essa coreografia sendo encenada hoje?
Acho que a coreografia continua fresca porque há uma mensagem muito nítida, de esperança. É claramente uma obra-prima que ultrapassa gerações e não pertence a um tempo, a um lugar ou a um povo específico. A mensagem é bastante humana e todos conseguimos compreendê-la. Ailey conseguiu atingir na obra o que todo artista busca: conectar a experiência pessoal com a universal. Ao fim de "Revelations", bailarinos e plateia estão unidos, e isso é muito poderoso em qualquer trabalho de arte.
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