Uma catadora de lixo do aterro sanitário do Jardim Gramacho (RJ), mulher com transtorno mental, mas com uma percepção de mundo surpreendente, encantou o cineasta Marcos Prado e deu origem ao premiado documentário "Estamira" (2005).
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As imagens do filme foram tão marcantes para a atriz Dani Barros que ela, dirigida por Beatriz Sayad, transformou a história em "Estamira - Beira do Mundo", monólogo que chega a São Paulo neste fim de semana para temporada no Sesc Pompeia (zona oeste).
A dupla, no entanto, não se limita a reproduzir o longa. Ambas fizeram visitas a Estamira Gomes de Sousa (1941-2011) e acrescentam à fala messiânica da catadora trechos de obras de Manoel Barros, Nuno Ramos e Ana Cristina César. "Criamos uma cena polifônica, pois o discurso dela tem a potência desses autores", diz a diretora.
Além desses elementos, a peça tem um pouco da memória de Dani, cuja mãe sofria de depressão. A atriz também foi palhaço, junto com Beatriz, dos Doutores da Alegria, convivendo com o cotidiano hospitalar.
"Fazer esse espetáculo esbarrava em uma história pessoal minha", explica a intérprete. "Eram coisas que estavam engasgadas."
A elogiada atuação de Dani, que mimetiza as expressões de Estamira, já lhe rendeu diversos prêmios, entre eles o Shell-Rio.
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