É fato que a cerveja tem espaço garantido nos corações (e nos copos) dos brasileiros. Mas a relação das pessoas —e dos paulistanos, em especial—, com a loura tem fermentado nos últimos tempos. "Cerveja remete a socialização, a comemoração. Ela oferece o que o paulistano gosta", diz a sommelier Cilene Saorin. "Vai muito além do fator social."
Cilene considera que o sommelier de cerveja tem ganhado espaço à medida que o interesse pela bebida aumenta. "O Brasil passa por um processo de envelhecimento. A população economicamente ativa está maior, e a faixa que possui idade e dinheiro para consumir álcool também".
Bom para profissionais como Ricardo Sangion, criador do site Brejas e sócio-proprietário de um bar homônimo em Campinas. Para ele, a proliferação de lojas física, on-line e a aquisição de empresas —a exemplo da da cervejaria Colorado, comprada pela Ambev— mostram um mercado aquecido.
De fato, bares e pubs pipocam pela cidade e se mostram negócios lucrativos. A Cervejaria Nacional produz atualmente 8.000 litros de chope por mês, e engarrafa mais 4.000 litros de cerveja em Itupeva. O Empório Alto dos Pinheiros, aberto em 2008, hoje possui 800 rótulos listados em seu catálogo.
Não só as ofertas se sofisticaram dentro da comunidade cervejeira —os hobbies também estão mais refinados. Uma das práticas em voga desde os anos 80 é o "beer hunting": a procura por cervejas de alta qualidade produzidas em pequena escala.
Fil Crux, por exemplo, trabalha com tecnologia de informação e é "beer hunter". Em suas horas vagas, ele casa turismo com sua paixão e viaja para degustar cervejas limitadas, algumas produzidas apenas uma vez por ano e vendidas em festivais específicos.
"Muitos amigos que não conheciam nada hoje me fazem perguntas. Os supermercados oferecem uma diversidade maior de rótulos. Apesar de o preço ainda ser a grande barreira, as cervejas estão chegando ao público de forma espontânea", avalia.
Confira o roteiro com sugestões de bares para beber cervejas especiais.
10h45
Comentários
Ver todos os comentários