Montagem de piscina olímpica no Minhocão é adiada

A montagem de uma piscina olímpica em uma das faixas do Minhocão, prevista para hoje (1º/12) foi adiada. A Subprefeitura não liberou a autorização para o evento, que seria parte de uma intervenção artística que estava na programação da 10ª Bienal de Arquitetura.


Segundo a Subprefeitura da Sé, o evento não foi autorizado "pelo fato de o elevado Costa e Silva não ser um local adequado para a instalação de uma piscina desse porte, com uma operação logística que envolve caminhões, cujo trafego também não é permitido."

A instalação era proposta pela artista Luana Geiger, em parceria com o movimento BaixoCentro --a piscina teria 50 metros de extensão e 30 cm de profundidade.

Além disso, o Departamento de Segurança da Secretaria Especial de Licenciamento (Selsegur) deveria ter sido consultado, mas, de acordo com a Subprefeitura, "nada foi solicitado para ele em relação à realização do evento."

O BaixoCentro diz que a montagem foi adiada, mas não informou nova data para o acontecimento. Eles convocam todos os cidadãos a levar hoje ao elevado piscinas montáveis, bolinhas, boias, papel celofane, tecidos azuis, roupas de banho e "qualquer utensílio que enfeite e transforme a cidade por pelos menos algumas horas."

Essa não é a única atividade programada para o dia. Há ainda djs tocando vinil, com oficinas de pintura e de instrumentos musicais, além da exibição de um filme seguida por discussão.

Abaixo, saiba o que fazer no Minhocão nos momentos em que as buzinas e a fumaça dos carros o abandonam:

1. GALERIA A CÉU ABERTO

Começando pela base: 20 retratos com seis metros de altura e três de largura tomam os pilares do Minhocão até janeiro de 2014. Nesse espaço pouco querido pela cidade, a fotógrafa Raquel Brust expôs closes de rostos de trabalhadores e moradores cujas vidas estão ligadas à esta estrutura de concreto.

Comerciantes da região, pessoas que fazem do Minhocão o seu teto e habitantes dos prédios cujas janelas são voltadas ao elevado compõem os retratados.

As fotografias podem ser encontradas entre os acessos da rua da Consolação até o terminal de ônibus Amaral Gurgel.



2. PONTO DE ENCONTRO

Os quase três quilômetros de extensão e as mais de 90 colunas do viaduto também servem como ponto de encontro de amigos, familiares e de grupos de projetos artísticos, que se reúnem ali para discutir e colocar ideias em prática.

Além disso, o Minhocão também abriga piqueniques e vendedores ambulantes, que circulam oferecendo bebidas e guloseimas.


3. CACHORRÓDROMO

Por incrível que pareça, o Minhocão pode ser a solução para o stress e o caos da cidade.

Um bom exemplo disso são os cachorros e seus donos que, no espaço, podem correr livremente durante as noites e aos domingos.



4. PARQUE ESPORTIVO

Esportes que clamam por pistas lisas, mas que são arriscados de se treinar ao lado dos carros, encontram espaço no elevado.

A pista de asfalto é ideal para a prática de patins, skate, bicicleta, corrida e caminhada. O local é ainda a saída perfeita àqueles que só podem se exercitar em horários alternativos, ou seja, quando o Minhocão está fechado para carros: diariamente das 21h30 às 6h30.

Sem a predominância de um esporte em especial, ali não é preciso competir nem se arriscar por espaço.


5. CARNAVAL

Formado em 2009 a partir da reunião de sambistas do centro de São Paulo, o bloco carnavalesco Filhos da Santa costuma ensaiar duas vezes por semana. Além da sede oficial, eles também adotaram o largo de Santa Cecília e os arredores do terminal de ônibus Amaral Gurgel.

Atualmente, o bloco ensaia o tema que preparou para o Carnaval 2014: a migração nordestina. O enredo faz uma homenagem aos nordestinos que vivem em Santa Cecília.

O grupo também pretende a integração com os moradores do bairro por meio de oficinas culturais e de outros projetos.

Quadra do Bloco Carnavalesco Filhos da Santa - av. São João, 1.830, Santa Cecília, região central, tel. 3331-9734. Ter.: 19h30. Dom.: 15h. 120 min. Livre. Grátis.


6. HIGH LINE BRASUCA

De frente para o Minhocão fica um apartamento que serve como sede para a Associação Parque Minhocão. O local abriga, até domingo (dia 1º), uma exposição que aborda a história do High Line (Nova York), um parque construído em 2009 sobre uma via férrea elevada e abandonada.

Assim como a piscina, a exposição também integra a programação da 10ª Bienal de Arquitetura e oferece uma oportunidade para visualizar como ficariam três quilômetros do elevado caso ali fosse implantado um parque linear para pedestres e ciclistas, objetivo da associação, que aproveita o evento para apresentar projetos artísticos sobre o Minhocão.

Além da mostra, a visita ao apartamento oferece a experiência de quem mora ao redor do elevado e enfrenta diariamente o barulho e a poluição que ele oferece durante a semana, quando é tomado por carros.

Associação Parque Minhocão - av. São João, 1.896, apto. 23, República, região central, s/tel. Dom.: 10h às 17h. Até 1º/12. Livre. Informações p/ www.iabsp.org.br. Grátis.



7. QUINTAL

O elevado pode ser considerado o quintal da casa de muitas pessoas que moram no entorno da avenida São João. Sinônimo de calmaria, só perturbada por latidos ou pelo zunido de skates, patins ou bicicletas, é lá que é possível tomar banho de sol e ler em domingos e feriados de tempo limpo.


8. "PELADA"

Além de ser palco da prática de esportes mais individuais, como o skate e a bicicleta, o elevado também se traveste de campo de futebol, frescobol e vôlei e serve até para exercícios mais livres, como o simples passe de bola.

As "peladas", futebol jogado entre amadores, costumeiramente realizadas em um campo improvisado, tomam conta do Minhocão em algumas noites da semana.


9. PALCO E PLATEIA

Três montagens com entrada gratuita passam pelo elevado neste fim de semana.

"Barafonda", peça itinerante da Cia São Jorge, começa na praça Marechal Deodoro. Na história, o personagem Prometeu está preso nas vigas do elevado. Libertado, ele encontra Dionísio e um cortejo leva os atores e o público pelas ruas do bairro.

Já "Planta", concebido por Gustavo Colombini e João Dias Turchi, é apresentado dentro da sede da Associação Parque Minhocão. Para acompanhar o espetáculo é preciso estar no elevado. A peça começa no metrô Marechal Deodoro, na saída da rua Albuquerque Lins, e de lá o público é conduzido até a frente do apartamento no qual a encenação é feita.

Esquetes de cinco a dez minutos compõem a intervenção cênica "Esparrama pela Janela", que pode ser acompanhada no Minhocão a partir da janela do 3º andar do edifício São Benedito, número 158 da rua Amaral Gurgel. A montagem apresenta um morador que, cansado do caos, resolve subverter a realidade.

Barafonda. Texto e direção: Cia. São Jorge de Variedades. Com: Alexandre Krug, André Capuano, Angela Maria Prestes e outros. Livre. Casa de São Jorge - r. Lopes de Oliveira, 342, Barra Funda, região oeste, tel. 3824-9339. 80 lugares. Sex. e sáb.: 14h30 às 18h30. Até 21/12. Retirar ingr. uma hora antes. Grátis.

Esparrama pela Janela. Direção: Iarlei Rangel Roteiro. Com: Kleber Brianez, Ligia Campos e Rani Guerra. 30 min. Livre. Minhocão - Estação Mal. Deodoro do Metrô - r. Mal. Deodoro, s/nº, Santa Cecília, região central, tel. 98919-7938. Dom.: 10h30, 14h30 e 16h30. Até 15/12. Grátis.

Planta. Direção: Gustavo Colombini e João Dias Turchi. Com: Artur Abe, Florian Haub e Vinicius Garcia Pires. 45 min. Livre. Minhocão - Estação Mal. Deodoro do Metrô - r. Mal. Deodoro, s/nº, Santa Cecília, região central, s/tel. Sáb.: 21h30. Dom.: 20h. Únicas apresentações. Chegar 30 min. antes. Informações p/ www.xbienaldearquitetura.org.br. Grátis.


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