Quem passa em frente ao parque da Juventude, na zona norte da capital paulista, nota novas cores e sons vindos daquela direção. A novidade é o Mundo do Circo, complexo temático que foi aberto no local nesta terça-feira.
As três tendas grandes e coloridas do espaço cultural podem ser vistas de longe e têm funções diferentes. Passando pelo portal que emoldura a entrada do Mundo do Circo, a mais próxima delas abriga peças que contam a história circense e demonstram algumas das artes que fazem parte desse universo.
Com bonecos de madeira e um ar retrô, a mostra fixa é, na verdade, bastante móvel. Isso porque a maioria das peças têm mecanismos ligados a botões que o público aperta para movimentar os brinquedos.
Remetendo a elementos dos circos antigos, há estátuas de animais que interagem com os visitantes, como a foca que equilibra uma bola no nariz. Uma espécie de carrossel gira com bonecos em posições acrobáticas e, sentado em um balanço, o visitante pode mover com o peso do corpo os trapezistas de madeira presos à lona.
A mostra que mistura movimento e história é o que o secretário de cultura e economia criativa do Estado de São Paulo, Sérgio Sá Leitão, chamou de "imersão retrô" durante a inauguração do espaço. "As pessoas pensam em interatividade e lembram de algo muito tecnológico, e no Mundo do Circo ela acontece com uma estética diferente", disse.
Em seguida, os visitantes podem conhecer a Grande Lona onde os espetáculos são apresentados. A programação de inauguração é grátis e vai até o dia 30, com pausas nos dias 24, 25 e 26.
O público é recebido pelo palhaço Kersitto, vivido pelo multiartista Kerson Formis. Ele é o mestre de cerimônias que prepara o terreno para que diversas companhias de circo se apresentem em seguida. No início do espetáculo, o artista que se apaixonou pelo circo quando criança leva o público à risada "fazendo graça, não gracinha".
Acrobacias no trapézio, malabarismo, ilusionismo e equilíbrio fazem parte do leque de atrações no local.
A ideia por trás do Mundo do Circo é receber companhias menores ou itinerantes para que elas realizem suas apresentações sem custo. Normalmente, esses grupos têm dificuldade para bancar o espaço necessário para os ensaios e espetáculos.
A Grande Lona ainda será palco de shows e outras atividades. Já a Multiuso recebe espetáculos menores e serve como um espaço para ensaios, oficinas e aulas de artes circenses enquanto as apresentações não começam. Esses ensaios podem ser vistos pelo público que visita o parque no dia a dia.
O complexo cultural também conta com uma loja temática onde os visitantes não são atendidos por um mágico que realiza truques.
O Mundo do Circo é cercado por um aramado que o separa da Etec Parque da Juventude e da Biblioteca de São Paulo, e os três espaços ocupam o lugar onde antes existia o presídio do Carandiru. A novidade é mais uma tentativa de atrair o público para a região e tirar o estigma do massacre que aconteceu lá há duas décadas.
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