Mulheres estão à frente de alguns dos melhores filmes brasileiros da Mostra  

Com obras de Tata Amaral e Beatriz Seigner, seleção do cinema nacional tem realismo e fantasia

São Paulo

As mulheres estão à frente de alguns dos melhores filmes brasileiros desta Mostra.

Uma das principais diretoras do país, Tata Amaral apresenta “Sequestro Relâmpago”, que se concentra nos acontecimentos de uma só noite, quando dois jovens tomam uma moça como refém. Tensão e desejo se embaralham rumo a um desfecho inesperado, e a cineasta confirma o talento para retratar os contrastes da cidade de São Paulo.

Nada se vê de realismo urbano em “Los Silencios”. A diretora Beatriz Seigner conta a história de uma mãe e seu filho, que buscam reconstruir a vida em uma ilha na fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. Em seu segundo longa, Seigner abraça uma trama fantástica, amparada em um notável trabalho dos atores, especialmente das crianças. Exibido em Cannes, “Los Silencios” conquistou os prêmios de melhor filme e direção pela crítica no último Festival de Brasília.

Também vencedor de troféus em Brasília (ator e roteiro), ganha exibição na Mostra “Ilha”, dirigido por Glenda Nicácio e Ary Rosa, os mesmos de “Café com Canela” (2017).

Outra que merece atenção é Marina Meliande, com “Mormaço”. O filme acompanha uma defensora pública que representa uma comunidade sob ameaça de remoção por conta das obras para a Olimpíada do Rio.

Entre os homens, o jovem André Novais Oliveira exibe seu excelente “Temporada”, produção mais premiada em Brasília, incluindo melhor filme. Narra o cotidiano de uma mulher (a ótima Grace Passô) que começa a trabalhar no combate a endemias como a dengue. Embora tudo pareça prosaico, uma reviravolta quase silenciosa se impõe.

A 42ª Mostra também apresenta o novo longa de Jorge Furtado, “Rasga Coração”, baseado em peça de Oduvaldo Vianna Filho. A inquietude política move pai e filho, que têm modos distintos de botar em prática a insatisfação. Apesar de trechos bem-humorados, talvez seja o filme mais amargo de Furtado, diretor com mais de três décadas de carreira.

Outros destaques na seara brasileira são “O Grande Circo Místico”, de Cacá Diegues, e “O Olho e a Faca”, de Paulo Sacramento.

 

Mais brasileiros:

"Azougue Nazaré", de Tiago Melo

"O Barco", de Petrus Cariry

"O Olho e a Faca", de Paulo Sacramento 

"As Quatro Irmãs", de Evaldo Mocarzel

"Simonal", de Leonardo Domingues

"Todas as Canções de Amor", de Joana Mariani

"A Voz do Silêncio", de André Ristum

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