O lugar é um pouco estranho —berrante fachada vermelha, enorme cozinha envidraçada, salão menor que a cozinha (apenas seis mesas grandes), possibilidade de abertura para a calçada, decoração meio fria, muita luz...
Mas tem uma comida interessante, preparada por um chef, Piero Franchini, de jeito modesto e bagagem moderna e internacional: nada mal para um restaurante numa ruazinha residencial, de bairro.
O nome, OpyCo, não tem sentido; e o cardápio é todo escrito com trocadilhos e num "idioma" interiorano, convidando os clientes a montarem pratos que podem ou não ter um item principal (entre quatro opções) —os vegetarianos, por exemplo, têm a possibilidade de pedir somente vários acompanhamentos.
O chef se inspira na cozinha brasileira. Ele não resiste a uma cocção em baixa temperatura e a equipamentos de ponta. Mas não abusa deles, e os pratos têm aparência apetitosa, e comum.
A copa suína, com mostarda de maracujá, chega à mesa tenra e rosada (foram horas de cocção lenta a vácuo), coberta de crocante pururuca (a pele de porco foi desidratada antes de fritar); o acém leva 200 horas para ser feito, da marinada inicial à defumação final (servido com ervas e especiarias); o arroz de brócolis não é arroz (é couve-flor processada e picadinha); o feijão branco é hidratado e depois cozido a vácuo (no caso, a textura ficaria melhor numa velha panela de pressão mesmo).
Como acompanhamentos, sempre servidos em pequenas marmitas, há um mexe-mexe de cará, mandioca e mandioquinha, a primavera de legumes; e na sobremesa, chocolate cremoso da Amazônia com pipoquinha de arroz.
No conjunto, um programa bem-humorado e com cozinha saborosa.
Restaurante OpyCo — bom
R. Mariquita de Toledo César, 20, Vila Romana{oeste}, tel. 2389-9455. 42 lugares. Seg. a sáb.: 17h às 23h30.
12h02
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