Crítica: Taiwanês falha no carro-chefe e nas sobremesas sem coerência

É excitante, para quem gosta de comer, estar em uma São Paulo tão diversa que nos oferece lugares como o novo Petiscos do Tigrão, uma lanchonete de cozinha taiwanesa num quarteirão apinhado de atrações gastronômicas na Liberdade. Ainda que a comida, em si, às vezes não seja lá essas coisas.

Sua principal atração são os guabaos, sanduíches de pão fofo e adocicado, feitos no vapor e depois fritos em breve imersão no óleo, de forma a criar uma crostinha gostosa. Falha, porém, no recheio do carro-chefe: a barriga de porco deve em suculência, apesar de ganhar certa graça na companhia de amendoim triturado e de folhas de mostarda (R$ 14).

Prato do Petiscos do Tigrão, na Liberdade
Prato do Petiscos do Tigrão, na Liberdade - Divulgação

Das entradas, o guioza, de massa ultradelicada, que rompe no primeiro contato com o hashi, tem recheio insosso –poderia vibrar mais. Falta capricho no preparo da coxa de frango na chapa (R$ 28), acompanhada de um arroz seco, duro e sem graça (ganharia se fosse mais glutinoso e úmido), tofu defumado, borrachudo, ovo cozido no shoyu, mirrado.

O peixe (R$ 32), com as mesmas guarnições, também não se saiu bem. A merluza chega à mesa meio desconfigurada, com pele bem gelatinosa. Mais vale o caldo de legumes fumegante incluído nos combos tem folhas frescas de coentro e é bastante saboroso.

Não há coerência na ala das sobremesas –cheesecake, tiramisù? O tempurá de sorvete, que se pretende mais típico, não vale nenhuma garfada. A massa é grosseira e gordurosa e pincelada com cobertura industrializada.

Bem, ainda assim, é curioso estar naquela atmosfera meio fast-food, meio moderna, num ambiente tocado por um jovem filho de taiwaneses e poder tomar, por exemplo, o pobá, um chá-verde com leite, servido gelado com bolinhas gelatinosas de tapioca.

Avaliação: ruim

R. Thomaz Gonzaga, 107, Liberdade, região central, tel. 3207-8255. 30 lugares. Seg. a sáb.: 11h às 22h30. Dom. e feriado.: 11h às 17h. 

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