Descrição de chapéu Crítica
Restaurantes

No topo do MAC, comida compete de igual para igual com a vista

Recém-inaugurado, restaurante Vista é comandado pelo chef Marcelo Corrêa Bastos

São Paulo

São várias as razões para ir ao novo Vista Restaurante, no topo do Museu de Arte Contemporânea da USP, no Ibirapuera. É uma rara oportunidade de admirar, do alto, a vista de uma área mais afável da cidade, e, além disso, poder apreciar de cima o conjunto do parque Ibirapuera e das obras de Oscar Niemeyer —montado sobre uma delas.

Mas, acredite, se esse é um gancho turístico e artístico forte o suficiente, o melhor é saber que a comida compete de igual para igual como atração.

Tocado por um grupo que detém vários bares na cidade (como o Rey Castro), o Vista tem os fogões sob o comando do chef paranaense Marcelo Corrêa Bastos que, aos 36 anos, já provou, em seu pequeno restaurante Jiquitaia, ser um dos mais talentosos do país.

Cordeiro com molho de maniva, especiarias e banana-da-terra grelhada; prato está no menu do novo restaurante Vista, no topo do MAC-USP
Cordeiro com molho de maniva, especiarias e banana-da-terra grelhada; prato está no menu do novo restaurante Vista, no topo do MAC-USP - Rubens Kato/Divulgação

Sua cozinha é a mesma, embora com um cardápio totalmente diferente daquele da primeira casa (e também do do Vista Café, que ele toca no mezanino do mesmo prédio). É uma cozinha de raiz brasileira, com elementos de várias regiões, embaladas em composições elegantes e autorais.

Já nas entradas, vê-se a combinação esperta —e bem livre— de ingredientes, como nos quiabos grelhados com maionese de dendê e farofa de camarão seco (R$ 23) e no carapau selado com leite de amendoim, azedinha e cará cru (R$ 33).

Pratos tradicionais têm uma leveza que denota o apuro culinário, como a moqueca capixaba de peixe e camarão com farofinha (R$ 75) e o pato no tucupi (R$ 89). 

Imagens aéreas do restaurante Vista, no topo do prédio do MAC-USP - Joel Silva/Folhapress

Outros, da lavra do chef, são mais intensos —caso da copa-lombo com redução de caldo de suã, batata-doce e hortaliças (R$ 58)— ou instigantes, como o cordeiro com molho de maniva (folha da mandioca), especiarias (bem, esperava que fossem mais marcantes) e banana-da-terra grelhada (R$ 83), inspirado na cozinha africana.

Na sobremesa, há torta de caramelo com sorvete de castanha-do-pará (R$ 28). E peça o café para beber no terraço, enquanto os dois bares previstos para abrir ali não inauguram.

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