No ano de sua maioridade, o restaurante All Seasons aponta às origens: inaugurado no ano 2000 no hotel que hoje leva o nome Radisson Paulista, trazia uma cozinha inquieta, realizada pelo chef suíço Christophe Besse. O mesmo que agora volta aos fogões da casa.
O serviço mudou bastante. Com preços em conta, o restaurante oferece um prático sistema de bufê de saladas (de boa variedade) acompanhado por uma banal estação de massas frescas (R$ 39 no almoço e R$ 49 à noite). No lugar das massas, há opções que mudam mensalmente, como o filé Wellington com aspargos verdes na manteiga (R$ 69).
O menu principal deixa a desejar, especialmente se comparado com o apresentado pelo chef no passado. Pouca coisa excita verdadeiramente o paladar. Como entrada, a truta defumada com sour cream de wasabi e vinagrete de cítricos tem interessantes contrastes de sabores (R$ 32). Mas a salada caprese (incluindo tomate-cereja confit e uma seca burrata) nada ganha com a acidez da vinagrete de maracujá (R$ 29), decepcionante como o pesado creme de abóbora-amarela com vieiras cozidas demais (R$ 39).
O ravióli de pato com alho-poró, confit de cebola e molho funghi (R$ 59) parece um desperdício de ingredientes: o molho é tão dominante que só prevalece o gosto dos cogumelos secos; do restante, percebe-se apenas o quão grosseira e pesada é a massa que envolve o recheio.
Um lombo suíno cozido em baixa temperatura, mortalmente pálido e insosso, vem com uma tristemente murcha couve mineira (R$ 59). Mas há o alívio de uma moqueca capixaba (com a novidade se usar um peixe de rio, o pirarucu) que já convence pelo aroma de um molho bem temperado, servida com arroz e farofa (R$ 66).
Nas sobremesas funciona bem o trio de crème brûlées (de erva-cidreira e de cardamomo, além do tradicional; R$ 26), mais interessante que a mesmice reciclada do petit gâteau de chocolate branco com avelã, limão-siciliano e sorvete de baunilha (R$ 26).
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