Descrição de chapéu Crítica
Restaurantes

Restaurante grego pesa a mão e passa do ponto até na salada... grega

Na região dos Jardins, Taverna Santorini tropeça e tem custo-benefício desfavorável

São Paulo

Taverna Santorini

O grego Christos Tsouchalarakis, 41, nasceu na ilha de Creta e cresceu a absorver da família o hábito de cozinhar —com o pai, aprendeu o ofício de fazer queijos e vinhos. Pois em São Paulo, agora no comando da Taverna Santorini, que abriu recentemente nos Jardins, adota o codinome Archestratos, em referência ao que diz ser “o primeiro chef de cozinha grego da História”.

Soa exagerado quando se depara com uma cozinha que tem lá seus tropeços, cujo custo-benefício é desfavorável, sobretudo quando se considera o atendimento, amador.

O polvo ao vinho tinto, por exemplo, sai por R$ 72, mas seu ponto é imperfeito —borrachudo, de modo que exige uma mastigação cansativa e pouco prazerosa.

Em sabor, também tem poréns: o molho à base de vinho que pressupõe reduzir e encorpar (como descreve a própria casa) é ralo; com acréscimo de mel, ainda deixa o prato doce e desequilibrado ao receber a companhia de cebolas carameladas —e batatas.

A mussaca, receita clássica dessa cozinha, intercala abobrinha, batata e berinjela em fatias com carne moída refogada em molhos de tomate e béchamel (R$ 40). Segundo o chef, este último recebe a presença de ovos, “para dar mais leveza”, mas o resultado foi o inverso: o molho ficou denso —apesar de perfumado, graças ao acréscimo de especiarias (canela, cravo, pimenta-do-reino).

Melhor é mergulhar pães morninhos no tzatziki (R$ 17), um iogurte feito na casa, com leve acidez, alho intenso, pepino, vinagre balsâmico e azeite —é cremoso, lácteo, leve. A salada grega é massacrada pelo excesso de orégano.

Aliás, em uma casa de cozinha mediterrânea, o azeite servido à mesa merecia ser mais aromático, fresco, com aquela picância provocante.

À vista dos clientes, ao fundo do salão, fica um aparelho cilíndrico, no qual a carne é assada em um espeto giratório. Em fatias finas, o gyros pode vir no prato ou embalado em pão pita (R$ 23 a R$ 39). O misto, que combina carne bovina e suína a especiarias, deve em suculência.

Sobremesa e café também não entusiasmam —este vale mais no Suplicy, ao lado.

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